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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Afastamentos(final)

Luzia:

Conheci Luzia alguns meses depois de ter me separado da minha mulher, acho que ainda em 1991.

Era um domingo, pouco depois do almoço, eu estava na casa dos meus pais, e a vizinha do lado, uma mulher casada , me chamou para eu participar de uma festinha de aniversário do marido de sua sobrinha, e que uma amiga dela  queria me conhecer. Não haviam nem dez pessoas no evento.

A mulher que queria me conhecer era a Luzia.
Era feia, mais feia ainda que a minha ex mulher. Da raça branca, mas pele morena, cabelos pretos, 1,68 cm de altura. Era mais velha do que eu.

Bebemos, conversamos, no quintal da frente da casa. Ao ficarmos sozinhos, começamos a nos beijar.

Ela era muito religiosa. Fiquei sabendo, não me lembro se foi ela mesma ou a vizinha que me contou, que Luzia foi freira, por uns tempos.
A apresentei para a minha mãe.

No dia seguinte, nos encontramos no centro de BH. Fomos até um bar/restaurante. Muitos beijos, muitos amassos. Excitado, a convidei para que fossemos a um motel. Ela respondeu que se dissesse que não estaria com vontade, estaria mentindo, mas que , na vida, nem sempre podemos fazer o que temos vontade...

Ela era de uma cidade do interior de Minas Gerais. Luzia pediu que eu a levasse até o bairro Caiçara, onde  estava hospedada, na casa de uma amiga(ela estava cheia de malas).
Fui até lá. Ela me apresentou sua amiga. Mais amassos...

Luzia parecia estar muito interessada em mim, e parecia também uma pessoa séria, comportada.
Minha vizinha chegou até a dizer que ela estava apaixonada pela minha pessoa.

Bom, falei com ela da minha recente separação, que eu estava desiludido, que não queria compromisso, que não acreditava em Deus.

Ela falou que tanto eu como ela, ambos desempregados, não devíamos telefonar um pro outro, mas disse que seria melhor o contato por correspondência.

Não sentindo nada por ela, fiquei preocupado que ela corresse atrás demais de mim...
No entanto, nunca mais nos comunicamos.

Uma mulher que parecia apaixonada, preferiu se afastar.
É assim que sou com as pessoas, as espanto. rs

16 comentários:

  1. Boa Tarde meu caro!
    Apesar de não comentar, continuo te observando , ok ?
    Gostei do texto do velho Bukowsky.
    Hj, estava relendo meu livro do Van Gogh e me lembrei de vc. Um dos pintores mais fantásticos de todos os tempos , viveu as custas do irmão théo , que nunca o cobrava nada e ainda o apoiava bastante no início da carreira. Infelizmente Van Gogh não suportou sua mente " frenética" e acabou surtando. Lembrei de vc pelo fato de vc sempre mencionar que é um vagabundo , sua mãe o sustentava . etc..etc..


    Mas vc, pelo visto, continua lúcido e sobrevivendo!
    Desde quando comecei a ler seu blog nunca o julguei pela suas escolhas ,pelo fato de não querer trabalhar , pelo isolamento...( Só não concordei com a faca para a briga com os vizinhos do som) rs..

    Eu , fui sustendando um bom tempo pela minha mãe , decidi fazer Faculdade Direito aos 23 anos, formei , advoguei um tempo sem ganahr nada, depois resolvi estudar e fiquei 3 anos em casa sem um tostão no bolso e estudando 12 horas por dia . Passei em 4 concursos públicos , e hj posso fazer o que quero e tocar o fodas para essa sociedade hipócrita e continuar enchendo meu corpo de tatuagens. hehehehe...
    Nem lembro pq entrei nesse assunto , mas já que já escrevi deixa!

    Abraços!

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  2. Bem interessante o seu relato.

    Confesso que tentei me adaptar nos empregos. Foram umas 21 firmas(rs-sério), mas não teve jeito. Sem ambição, sem objetivo, acabei chegando onde cheguei. Porém, como sempre digo, não me arrependo de ter largado os estudos e rejeitado as firmas, em que trabalhei.
    Paradoxalmente, detesto depender dos outros...

    Aquela da faca, foi de lascar! rs. Perdi, totalmente, a estribeira, mas a bebida alcoólica ajudou um pouco.rs

    Obrigado pela sua presença.
    Abraços

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  3. Boa noite meu amigo.
    Acho que ela percebeu que você não a queria. Aos amigos virtuais você não espanta, olha eu aqui, brincadeira rsrs. Uma feliz noite.
    Beijos.

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    1. Oi, Mirtes. Acho possível também da colega dela ter falado que eu pareço pilantra.rs

      Já espantei alguns amigos virtuais, mas fico contente que vc não me abandonou(rs).

      Tudo de bom pra vc, querida amiga!
      Beijos

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  4. Olá, Roderick! Como o Tolstoi, eu entrei aqui uma vez e fiquei curiosa com o modo como você vê e leva sua vida, até com algum toque de autossabotagem, talvez reflexo de suas experiências de vida. Aliás, e ele (o blog) lhe faz muito bem, porque como criatura humana você precisa em algum grau se comunicar, isso nos faz bem (nós, misantropos, não gostamos tanto do contato físico mas da comunicação sim, e ela nos faz vivos e dá prazer). Pois então, a vida é desenhada assim, a sociedade avança e melhora aos poucos, e eu também não concordo com tanta coisa nela a ponto de me afastar, isolar um bocado... mas sei que tenho que sobreviver e meu instinto é mais forte. Por isso, todo dia vou atrás do meu ganha-pão, enfrento a vida e seus lados ruins, até porque o lado ruim me proporcionará alcançar o bom (a independência e o poder de escolha).

    Há uma característica comum nos misantropos que eu como misantropa de carteirinha não gosto nada: temos uma certa tendência ao negativismo, a analisar tudo muito nu e cru, preto no branco, maniqueisticamente, sem poesia alguma. A vida tem que ser vista com alguma poesia e cor senão fica chata mesmo, porque tudo é um mistério e está fora de nosso alcance. É por isso que o homem criou as ilusões, como filmes e músicas que dizem "você é meu amor eterno, vamos ficar pra sempre juntos, você é a razão do meu viver...", ou mesmo o luxo e os bens de consumo (iPhones, Ferraris, cruzeiros luxuosos etc.). A gente sabe que na vida real isso tudo é ilusão, mas mesmo assim temos que nos deixar levar um pouco por ela e usar nosso lado Fernanda Montenegro para atuar na vida. Sou uma misantropa de centro, moderada, não olho a vida tão cinza nem tão cor de rosa.

    Uma vez ouvi na tv uma artista dizer: "Eu dou muita importância ao me que faz bem e pouca ao que me faz mal" e me identifiquei muito com isso, pois meu mecanismo de defesa na vida é justamente esse. Eu adoraria morar numa bela ilha particular no mar turquesa do Caribe, mas como não é possível eu busco trazer essa ilha para minha vida ao aproveitar da maneira que mais gosto as minhas horas em casa ou com os poucos (e bem poucos) quem amo realmente estar. Ah, e uma atualização: eu estava apenas trabalhando para mim nos últimos anos (como autônoma), mas como estou com o projeto de acabar de pagar meu apê, decidi entrar de novo no mercado de trabalho (o que eu evitei ao máximo, mas sou pragmática e sei que os louros da vitória têm um preço): estou numa empresa enorme de novo (meu Deusss!!!), como secretária executiva, lidando com uma multidão de pessoas e tendo que ser sociável, diplomática, aturar cantadas baratas de chefes o dia todo (que é o pior!!!). Decidi que em três/cinco anos (o prazo para finalmente pagar meu belo apezinho) eu sairei e continuarei como autônoma, que sim me dá prazer. Estamos na chuva é pra nos molhar, mas fica molhado quem quer, é aí que entra a inteligência e o instinto de buscar o melhor dentro da situação desfavorável.

    Enfim, nesses próximos anos terei que tirar meus tubinhos-lápis do guarda-roupa, pôr saltos, batom e correr atrás do meu objetivo... aí ficarei LIVRE. Sei que vai valer a pena eu me vender por mais uns aninhos...

    Abraços! Aurora

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    1. Oi, Aurora. Bem interessante o que vc falou.
      Vc diz ser misantropa de centro. Eu seria misantropo de esquerda?rs

      Interessante vc ter dito sobre seu instinto , que é mais forte.
      Já eu penso que estou na ambiguidade: vivo ou não vivo? Um lado meu ainda quer viver, outro lado quer morrer. Quem vencerá?

      Já relatei aqui que trabalhei, nos anos 80, numa multinacional, e tenho muito arrependimento de ter trabalhado lá por mais de 3 anos. Não valeu à pena mesmo, só colhi aborrecimentos.
      Mas, faço votos que vc se saia bem nesta firma e que alcance os seus objetivos.
      Abraços

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  5. Pois bem, toda experiência é positiva, até as negativas (com direito a paradoxo e tudo). Sempre tiramos algo bom delas. Eu acho que você seria de ultradireita, seguindo o que você diz/pretende ser, comportamentalmente falando. Se eu aguentar a impertinência de dois dos cinco executivos que secretario até o meu prazo imposto eu finalmente alcançarei meus objetivos (o pior é que são coisas como: "Sra. Xis, a senhora não quer ir jantar hoje? A senhora estará ocupada no fim de semana? A Sra. pode vir no feriado..."). Enfim, se eu tirar isso, o resto dá pra ir segurando mais ou menos bem (pois tenho uma meta). Abraços!!!

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  6. Penso que se é negativa, não é positiva. Podemos aprender com as coisas negativas, mas isso, pelo menos no meu caso, trás amargura, cansaço, mágoas...

    Ultradireita?!rs. Bem, deve ser pelo fato de que os esquerdistas são mais otimistas, até mesmo politicamente corretos.
    Já, politicamente falando, sou mais de esquerda. No entanto, esta é mais uma das inúmeras polêmicas humanas: é de direita? Não, vc é de esquerda... ou vice-versa.

    Haja paciência, não é Aurora? É o que digo, mulher sofre mais do que homem.
    E eles não se cansam, não?
    Me desculpe a intromissão, mas pq vc não diz coisas assim: "vou jantar com o meu namorado..."

    Boa sorte, Aurora!
    Abraços

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  7. Eu uso aliança, caro Roderick, mas você não sabe como os homens são: quanto mais difícil, melhor. O pior é que eu tenho namorada (sim com "a"), mas é que sou muuuito feminina, tenho um bom porte (1,80m com salto),, olhos claros, cabelos fartos do tipo "as Panteras"... ou seja, o que no mundo masculino eles chamariam de "mulherão" (embora eu me ache normal). Infelizmente, meu biotipo chama muito a atenção dos homens, bem mais do que eu gostaria... aí é que a coisa pega para mim. Enfim, é uma história longa.

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  8. Alguns homens são assim mesmo, conheço até quem diz que transa mais é com mulher casada; conheci um sujeito que me falou que adora chifrar os outros(rs), mas, nem todos são assim. Eu próprio não me envolvo com mulher compromissada.
    Mas, te entendo, evidentemente.
    Abraços

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  9. Como o Tolstoi disse, o senhor é muito lucido... Chega a ser inquietante tanta lucidez e desalento... e franqueza em falar de si... A maioria das pessoas omite seus pecados, erros e vícios que lhe levam de mal a pior... o senhor os enfrenta, vive e ainda registra. Tio Verden, o senhor é uma pessoa inquietante.

    Cheros Tio, Saudades, quando ela aperta eu volto aqui :)

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    1. Oi, sobrinha querida!

      Sou franco mesmo, Pandora, não poupo a ninguém, nem a mim mesmo. Infelizmente, aquela mulher que eu me apaixonei, nem nisso me compreendeu, até neste ponto, ela achou que fui calculista e dissimulado.

      No entanto, acho que o Tolstoi e vc se enganam quando falam da minha lucidez. Ando cada vez mais louco.rs

      Cheros!

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  10. Curiosamente o som do dia para ler o post dos afastamentos foi Planet Caravan...
    Entre entrar no som e te ler (bem como reler) passaram-se alguns longos minutos; muito embora sua narrativa seja palpável e super realista quando te leio sempre fico parada vendo o que há ali por trás de tudo...
    Há mesmo algo por trás da sua narrativa ou é devaneio onírico particular da minha loucura pessoal o que vejo?
    Pulei para Changes...e descobri que gosto de ler vc porque taí, você exala nostalgia. Eis um dos rastros desse " o que há por trás..."
    Ler esses afastamentos de forma assim tão simplista mas tão digamos sincera e sem rodeios e ouvir Ozzy dizendo "eu estou passando por mudanças..."...rs traz um encantamento que muda minha respiração...
    Dinâmico...que assim seja!

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    1. Oi, Renata. Interessante vc sempre usar a palavra "onírico". Confesso que não entendo bem o motivo de vc dizer que remeto a sonhos e fantasias.

      Sobre a nostalgia, eu vivo no passado. Vc creio que deve até conhecer a música do Jethro Tull, Living in the Past.

      Sempre bom lembrar do Black Sabbath, meu segundo grupo preferido.
      E suas letras são boas e realistas.

      Obrigado!
      Abraços!

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    2. Caro...caríssimo...
      Imagino que a partir do momento em que o tempo verbal presente passa para a conjugação passado ou futuro de alguma forma ja passa para esse interessante e intrigante onírico...Como você descreve tempos, espaços, ações e reações, sintomas que ja foram olhando-os com o olhar do ja vivido e,fazendo assim julgamentos e considerações bem como degustando de maneira que talvez não tenha sido idêntica à sentida no dia acontecido logo entendo que sim é onírico mas com vastas pontes para o que chamamos realidade...
      Mas,meu caro caríssimo o que é fantasioso e o que é realidade?Realidade onírica e fantasia real é esse ser e estar aqui lendo, gerando continuidade, descrevendo, tangenciando, ouvindo rock and roll seja em excitação, seja em Nausea,
      Beijos e até a próxima
      É inquestionavelmente bom ler você.

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    3. Entendi.
      Muito obrigado, Renata. Vc é muito gentil.
      Sua presença é muito agradável.
      Beijos e até a próxima.

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