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quinta-feira, 2 de março de 2017

Alegrias terrestres

Como não tenho mais internet diária e  há anos não possuo televisão, sou obrigado a ligar o rádio, para acompanhar o noticiário do dia a dia. Também ligo o rádio para saber as horas(não tenho relógio).

Acompanho mais a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.

E como a emissora encheu o saco com a cobertura(incessante) do carnaval!

Impressionante, pelo que pude notar, todos os locutores, repórteres e colaboradores/participantes, da programação da citada rádio, gostam de carnaval.
Igualmente, todos acreditam em Deus.  Todos aparentam estarem de bem com a vida.  Todos parecem pessoas corretas e equilibradas. Todos são animados e otimistas.

Ricardo:  Pretendo ser policial, para combater o crime.

Elaine:  Vou ser médica.  Sonho em curar as pessoas, em medicá-las.

José Carlos: Estou estudando advocacia.  Adoro defender os outros.

Arnaldo:  Amanda, vamos jogar um baralho?
Amanda: Agora não.  Vou ver a novela da Globo.  A trama tá pegando fogo... muito conflito, muita intriga. Um dos personagens foi até assassinado.  Amo essa novela!

Wellington: Vou ser a pessoa mais feliz do mundo, se o Brasil for campeão da próxima Copa do Mundo.

Antônio Borges: Vou ingressar na política.  Gosto de comandar; gosto que falem de mim.
O que não falta é problema, que as pessoas, impotentes, não conseguem resolver, daí precisam de um político para conduzi-los.  Gosto também de...

Leo: Com aquele espaço e capital, montei uma firma. Isso há seis anos, e já estou rico.
Tenho diversos empregados, que percebem salário mínimo. Os mais especializados ganham o dobro do salário mínimo.  O porém são os encargos governamentais.  Sem esquecer que empregado dá muito aborrecimento.

Túlio:  Cara, não apela, pô! Tô brincando contigo.  Sabes que adoro zoar...

Edna:  As mulheres só tão evoluindo, tomando o espaço dos homens.  Até mesmo no consumo de bebidas alcoólicas, elas estão se igualando aos homens.  Adoro beber para ficar alegre, solta.

Raul:  Gosto de músicas com mensagens ecológicas, a denunciar a devastação do  meio ambiente.
Nara:  Eu já prefiro músicas românticas. E, mais uma vez, estou com dor de cotovelo; tive mais uma desventura amorosa.  Ainda assim, não quero deixar de me apaixonar.

Zezinho:  Ei, a mulher que mora ao lado, está passando mal.
Luiz: Não é isso.  Ela está fazendo sexo com o marido.  Quando ela goza, procede de tal maneira.  E ela está grávida novamente.  Sexo é gemido e dor.

E o primo está fazendo um açude, em uma de suas fazendas.
O caseiro, que mora na fazenda onde moro, está participando da empreitada.
Ao que parece, o infeliz do caseiro não está ganhando um dinheiro extra pelo seu trabalho.
O caseiro , da fazenda do açude em construção, recentemente pediu demissão.  Motivo: insatisfeito com seu salário.

O primo, com 66 anos de vida, não para de empreender. Eu, com 60 anos e 9 meses de existência, quero é descansar; quero paz, silêncio, sossego!

E o caseiro, o que está construindo o açude, não anda muito satisfeito , também , com seu salário e o excesso de trabalho.  Espero não sobrar pra mim...

Todos os nomes citados acima, são fictícios.
Moral da história: ninguém vive sem o mal.  Se o mal for extinto da Terra, o homem e os animais vão junto.

Se tiverem curiosidade, leiam o que o filósofo Schopenhauer diz a respeito do jogo de cartas:
O Jogo de Cartas

De modo bastante peculiar, a necessidade de excitar a vontade revela-se na invenção e na preservação do jogo de cartas, que constitui a expressão mais autêntica do lado lastimável da humanidade.
Em todos os países, a principal ocupação da sociedade tornou-se o jogo de cartas: este é a medida do valor dessa sociedade e a falência declarada de todos os pensamentos. Uma vez que tais pessoas não têm pensamentos para trocar, trocam cartas e buscam tirar florins umas das outras. Ó estirpe miserável!
O jogo de cartas exerce uma influência desmoralizadora. O espírito do jogo consiste, de fato, em usar de todos os métodos, golpes e truques para tirar do parceiro o seu dinheiro. Entretanto, o hábito de proceder de tal forma no jogo enraíza-se, estende-se para a vida prática, de modo que, pouco a pouco, o indivíduo passa a aplicar os mesmos princípios para decidir o que é dele e o que é do outro, e a considerar lícito desfrutar de qualquer vantagem que se tenha em mãos, contanto que seja legalmente permitido.

 Arthur Schopenhauer, in A Arte de Insultar.

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