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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Na mesinha, debaixo do teclado do meu finado computador

Semana passada, na última vez em que postei, optei por não relatar acontecimentos na fazenda.
Esperava ficar tempos sem falar da minha saga na roça, mas...

Como uma das portas do barraco onde moro, estragou, o primo comprou outra.
O sujeito encarregado de instalar a nova porta teve muita dificuldade em fazer tal coisa.
Ele começou na terça e terminou na quarta-feira, e eu ansiando em vir na biblioteca, para usar a internet; coisa que fiz só na quinta.  E a porta continuou com defeito...  não estava trancando...
O sujeito, um homem de 70 anos, muito alegre e agradável, consertou a porta, no sábado.  Ela está trancando bem, mas, pouco depois que o homem foi embora, ela não fecha... é, a porta tranca, mas não fecha(rs).

Contrataram um homem para aparar a enorme grama do jardim da casa do meu primo, na fazenda.
Ele demorou um dia, de manhã e a tarde, para concluir o serviço.
Eu rastelei a sujeira.  Gastei umas 8 horas para fazer a limpeza...

Com a intensas chuvas, o mato cresce em excesso, e o caseiro e o J.B. estão a campinar...
Eles almoçam às 11 horas e às 12, no máximo 12:15, voltam a capinar, ora sob um sol escaldante, ora debaixo de chuva...  Nesta semana, um outro trabalhador foi adicionado na capina...
Já declarei que não tenho estrutura para capinar, como eles capinam.  Aparentemente, eles parecem me entender.  Ninguém me cobra nada, nem mesmo meu primo.  Espero que continue assim.
E como há muitas plantações ao redor de onde moro, tenho me deparado mais com o pessoal, apesar de pouco conversar com eles.

O J.B., neste final de semana, revelou que o primo, em dezembro, reduz sua presença na  fazenda... que ele só voltaria a aparecer depois do natal.  Eu , com apenas 20 reais para fazer compras, conversei com o primo, que afirmou que aparecerá normalmente, como tem aparecido, no mês de dezembro, e me deu 100 reais.  Não obstante, se ele voltar na fazenda, só no final de ano, o dinheiro talvez não dará para as despesas...

Estou precisando de uma frigideira nova... mas, e o dinheiro para comprá-la?  Terei que pedir ao primo?
Constrangido...

No sábado, à noite, ouvindo música, sob um intenso calor, sendo devorado por insetos, em especial, os malditos pernilongos, eu estava super mal humorado, SUPER!  Nem escutei música direito.

No domingo, à noite, com o astral melhor, só escutei um cd, de um grupo alemão, chamado "Live".
Apenas escutei um disco, porque o temporal, que caiu na roça, não me permitiu escutar mais.

Na segunda-feira, à noite, meu dvd, "Mondial", mais uma vez, deu problema ao executar um cd.  Liguei o mini system, e, imediatamente, a luz acabou...
Fiquei p. da vida.  As velas, que comprei no supermercado, há dois meses, não funcionaram... elas acendiam e em uns dois segundos , apagavam... fiquei mais p. da vida ainda.
Gritos, iras, tiques nervosos, palavrões... Novamente, me descontrolei.
Vale lembrar que só dou meus berros, porque não há ninguém ao redor... se tivesse, seria possível me internarem(rs).

Dormi no escuro, temendo os morcegos, que , felizmente, não apareceram.
No sono, sonhos ruins, pesadelos, incluindo um com a minha mãe, que estava insana, rodeada de fezes.
Eu falava com meu pai que ela estava doente, mas o velho não acreditava...

E aqui estou, 8:46, na biblioteca... enquanto eu estive em casa, a luz não havia chegado...
Os hamburgers derreteram na geladeira...

Acreditem se quiserem: o disco que eu estava escutando, no momento em que a luz acabou, é de uma banda de rock escocesa , chamada "Light of Darkness"(Luz da Escuridão). O cd ficou preso no mini system.

Quando eu tinha pouco menos de um mês, em que residia na fazenda do primo, ao, novamente, pensar em me matar, outra vez, deixei uma carta de despedida... Tal carta, está na mesinha, debaixo do teclado do meu finado computador.  Junto com ela, mais duas rimas, que postei no blog, "Solidão" e "Tempo que não passa".  Mesmo eu morrendo de morte natural, ou de acidente, ou assassinado, tais mensagens ficarão expostas.  Mensagens que revelam o que penso da vida.  Não desabafo com mais ninguém, a não ser com meus textos, aqui no blog.

Eis mensagem:
É preferível a morte do que o capitalismo e a miséria. Já vivi muito.  E passei da hora de morrer...
Este mundo não está com nada.
Tenho sepultura na Cemitério da Paz, mas me enterrem, façam do meu corpo sem vida, o que quiserem.
Favor avisarem à ex-faxineira da casa da minha mãe, e peçam que ela avise à viúva do meu tio materno.
* Último pedido: que o casal 0, M. e M.(as iniciais do casal) não apareça no meu velório.
Com a morte, espero encontrar a libertação, a tão sonhada paz
Fui...

* Que o falso amigo , P.(a inicial do seu nome), irmão da M., também não compareça do meu velório.

                              x______x

Dramático, não?rs

2 comentários:

  1. Morre não, amigo. Eu pelo menos não gostaria de vê-lo ou sabê-lo assim. Por mais que não pareça, há alguém que lhe quer bem. Vou cair no senso comum e talvez sem raso aos seus olhos (perdoe-me se esse for o caso), mas a morte não é boa pra ninguém. Como já diria Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena".

    Abraços!
    Fique bem!

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    Respostas
    1. Oi, Rafael.
      Tenho falado muito, no blog, sobre meu desejo de morrer.
      Isso, acredito eu, deve cansar muito as pessoas.
      Algumas não creem em mim, outras acham um absurdo, etc...
      E, hoje, no caminho, andando à pé, para vir até a biblioteca da cidade interiorana, pensei em mais um post sobre este assunto: vontade de morrer.

      Espero que vc compreenda.
      Não concordo com Fernando Pessoa, neste ponto.
      Minha alma deve ser pequena.rs

      Abraços e muito obrigado pela mensagem.

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