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terça-feira, 15 de abril de 2014

Meu Futuro(1)

Ontem, li um texto, num blog o qual sou seguidor, e achei bem interessante. Sempre pensei muito sobre o assunto relatado.

No texto, a autora fala da diferença das pessoas,  no modo de ser , na maneira que encaram seus problemas, questionando que traços da personalidade, como negativismo ou positivismo, nascem com a  pessoa.

Realmente, quem não conhece aquela pessoa, que por muitos e muitos motivos, tinha tudo pra se sentir infeliz, mas vive rindo, alegre, ainda a achar a vida boa.
Também, devem conhecer um indivíduo privilegiado em muitos pontos, mas se sente infeliz, está sempre se queixando.

No entanto, questiono um pouco a premissa que podemos nascer alegres ou tristes.
No meu caso, não fui uma criança triste. Fui uma criança alegre e comum. Digo até, felizmente, porque não havia nada em mim que se destacasse;  fui apenas mais uma criança, entre as outras. Não era bonito e nem feio; magro, mas isso não chamava a atenção, não era alto e nem baixo; não tirava as notas mais altas da sala, mas também não perdia média. Uma tranquila criança comum, que não pensava muito, aliás, pensava em crescer, queria só se divertir, claro, e achava a vida bela.

Mas, tudo mudou na adolescência. Meu queixo ficou cumprido, meu nariz cresceu, minha boca continuou pequena, me tornei magrelo, meu rosto foi invadido por espinhas, muitas espinhas.
Alguns colegas, de escola e vizinhos, zoavam por causa da minha feiura. Contudo, essas mudanças na minha aparência, só ficaram mais visíveis à partir dos 14 anos de idade, principalmente  o aparecimento das espinhas, que deformam até mesmo o rosto de um galã.
Então, antes mesmo, aos 12 anos, me tornei um rebelde, um sujeito complicado. Coisas da adolescência, não?  Bem, nem todos adolescentes são assim. Tinha meus 12,13 anos, minha mãe me bateu e eu gritei , bem alto,  no quintal: "eu quero morrer!".
E minha mãe, mesmo com o passar dos anos, me dizia: "vc, na infância, não me dava problemas, foi à partir da adolescência, que começou a dar.

Eu era também muito desajeitado. Não me destacava nas competições ; era comum eu perder. Adorava jogar bola, mas era um péssimo jogador, e o pessoal zoava... Magrelo, eu não era um adolescente forte, não intimidando ninguém e sofrendo até provocações de alguns.

Meu modo de ver as coisas, era bem diferente da maioria das pessoas, incluindo meus colegas da mesma faixa etária. Eu era criticado, chamado de louco , bobo e até retardado, por alguns. Eu dava o troco, às vezes, saia até para agressão física. Eu não aceitava ser chamado de apelido. Não fazia sucesso com as meninas. Eu era um típico adolescente alienado, que queria apenas se divertir. Como eu era fanático com as músicas do cantor Paulo Sérgio,considerado cafona, fui perseguido, criticado também por isso. Um excêntrico, desajustado, que mesmo não pensando muito, já era um rebelde. E eu já era um tremendo de um perdedor, que não me dava bem com a minha família. Não me dava bem com meu único irmão, seis anos mais jovem do que eu. Tinha ciúme dele, devido a preferência mais que explícita da minha mãe por ele(não era só eu que notava; todos percebiam). Não o odiava, mas era implicado com ele, gostava de o derrubar; não tive amor por ele. Quando eu estava com mais de 20 anos, o remorso chegou...
Meu pai, era ausente. Sustentava a casa, mas era caladão, e quando abria a boca  era pra nos xingar. Não dialogava e me tratava como se eu fosse um criminoso, chegando até a me humilhar algumas vezes. Eu discutia muito com a minha mãe, que não me entendia.

Detestava estudar. Adorava matar aula. Um dia , meus pais descobriram.
Ainda assim, nunca usei drogas. Comecei a beber por volta dos 17 anos. Cometi meus excessos com a bebida, mas isso, acho até natural para um adolescente. Não aprontei tanto assim.

...continua...

2 comentários:

  1. Todos os adolescentes se sentem desajeitados, até mesmo aqueles considerados bonitos pelo grupo. Essa é uma fase difícil. Até a sensação de desamor pode ser equivocada, baseada na falta de auto estima. Somos falhos e cometemos muitos erros. A perfeição não nos é destinada. Quando aceitamos isso, passamos a conviver melhor conosco e deixamos de carregar tantas culpas. Abraço.

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  2. Eu era um dos mais desajeitados, Marilene. E mesmo depois da adolescência, continuei desajeitado rs.

    Abraços

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