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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mais Morto Do Que Vivo


Já faz dois meses que meu maior desafeto no mundo virtual, está morto.
Curiosamente, ele usava o nick Dead Or Alive, cuja tradução é Morto ou Vivo.
Ele, que chegou ao cúmulo de dizer , entre tantas sandices que falou a meu respeito, que eu tinha inveja dele, morreu cinquentão, vítima de um fulminante infarto.
Com sua morte, sinceramente, aí passei a ter inveja dele.

Ele acabou, mesmo que involuntariamente, decidindo: hoje, ele está morto!
Eu pretendia morrer , no mês de maio, quando meu dinheiro acabasse, no entanto, fraquejei, amarelei , sendo que cometi a grande heresia de vender meus pouco mais de 1000 Lps.

Devido a venda dos meus discos, meu astral ficou mais baixo ainda. Minha vida ficou mais vazia. A descrença e o desânimo aumentaram. Se antes disso, eu já estava morto, depois de desfazer dos meus discos, aí sim, que morri de vez. Hoje, sou um morto  vivo, um cadáver ambulante.
Um sujeito que come, bebe, masturba, ainda escuta o que restou de seus discos e navega pela internet.

Ainda tenho instinto de vida?  Foi por isso que não me matei?  Sou um covarde?

Estou me sentindo como um indivíduo que morreu, mas continua agindo como se estivesse vivo(os espíritas dizem que pode ocorrer isso com algumas pessoas que morrem).

Pra que viver sem ilusão?  Pra que viver sem objetivo?  Por que um homem continua vivo, se ele chegou a um ponto que implica com quase tudo na vida?  Um sujeito que não gosta de quase nada, incluindo datas festivas... um sujeito que implica até com as quatro estações, que detesta finais de semana-principalmente os domingos- e feriados.  E já começou o feriadão... Isso, junto com o clima festivo/competitivo da Copa do Mundo, me deixa mais revoltado ainda.

Detesto futebol. Aliás, pode-se dizer que não gosto de nenhum tipo de competição. Schopenhauer também criticava jogos. Foi bem corrosivo ao falar do prazer que os homens sentem ao jogar baralho(pra ele, algo muito vulgar, pobre). O filósofo morreu em 1860; em 1862, os ingleses criaram o primeiro time de futebol, o esporte mais popular do mundo. Dá até para imaginar se o filósofo estivesse vivo, sua indignação com o famigerado esporte.

Futebol é um esporte violento, corrupto. É preciso que um time perca, para o prazer do outro e dos seus histéricos torcedores. A que ponto que o homem chega, futebol é uma das maiores paixões humanas, os brasileiros que o digam.

Ah, até as bandeiras brasileiras me irritam!  O brasileiro só é patriota no futebol.

Se existe um Deus,creio que ele não se importa nem um pouco com a nossa vida. O importante é a espécie,não o indivíduo. Daí, ser bem mais provável não existir vida depois da morte.
Somos uma gota de oceano, neste vasto, imenso Universo. Nossa vida é sem sentido. Nunca saberemos seu propósito, nunca saberemos se Deus existe ou não, se há vida em outros planetas...

Religiões, em especial as espíritas, hindus e budistas, estão erradas em afirmar que somos divinos, que temos futuro além-túmulo. Citei as três religiões, pelo fato delas afirmarem que todos os seres humanos, um dia serão pessoas totalmente boas, que mesmo um atual canalha, de reencarnação em reencarnação, se tornará uma boa alma.
Ora, tomo exemplo por mim mesmo: eu nunca vou mudar! Ainda mais já com meus 58 anos.
Se eu reencarnar, seja aqui, ou num mundo similar a este, serei o mesmo... a mesma revolta, o mesmo desânimo... ira, descontentamento, etc...

Ah, então eu sou tão importante, que depois de morto, encontrarei com a minha mãe, as minhas avós, alguns colegas e, quem sabe, até com artistas que eu gostava. Ou senão, sou tão canalha, que logo que eu morrer, irei para o inferno ou umbral, sofrendo bem mais, mas bem mais do que sofro aqui na Terra. Tem lógica isso?

Quanto mais o tempo passa, desconfio do meu caráter. Não tenho inveja de ninguém(a não ser dos mortos), não me acho pior do que ninguém. Mas, não é bem estranho, inusitado, um sujeito ser totalmente solitário, sem profissão, não gostando de quase nada, sendo que uma das poucas coisas que gosta, é de bebida alcoólica, e a mais maldita delas, a pinga?

E mesmo para beber, sou diferente dos outros. Ao beber, me alimento muito, muito mesmo! E não sou de bater papo em bares, muito menos de brincar, embora receba bem a todos, que me dirigem a palavra.

Não visito ninguém(salvo raríssimas exceções). Ninguém me visita(salvo também raríssimas exceções). Não tenho animal de estimação. Não faço amizades, nem bato papo em supermercados, varejões, filas de banco, no onibus( a não ser quando me dirigem a palavra).

Foi legal conhecer a internet. Foi interessante e divertido interagir no orkut, mas depois se tornou frustração, acabou!
A interação na blogosfera também foi divertida, mas, igualmente,acabou.

Hoje, praticamente, não interajo mais(salvo raríssimas exceções). Os comentaristas dos meus blogs desapareceram. Minhas páginas de e-mails ficam até dias sem visitas... A LL se foi... sumiu da blogosfera, mas interage no facebook.

Minha vida está tão vazia, que está comum eu ficar fuçando no google, sem ter lugar para navegar, sem ter o que olhar... E o dia está custando a passar, até mesmo pela falta que meus discos fazem.

Orkut, blogosfera, LL, e-mails e os discos, minhas últimas ilusões se foram. Pra que viver assim? Ainda tenho instinto de vida? Será que acho mais cômodo a vida me matar,do que eu próprio o fazer?
Sempre careci de objetivos, e agora, tudo acabou mesmo!  As coisas chegaram a um ponto que a alegria se afastou definitivamente de mim. Não há como descobrir algo novo, algo que me dê prazer, esperança, motivo para viver.

Realmente, estou mais morto do que vivo. Mendigo? Residindo num asilo? Morando num hospício? Vegetando num hospital? Preso numa cadeia? Vamos ver como tudo termina. Infelizmente, as perspectivas são péssimas. A morte continua sendo a coisa mais viável.

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