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domingo, 20 de julho de 2014

A Maior Decepção da Minha Vida(primeira parte)







Fiquei muito na dúvida se postava sobre isso, durante muito tempo.
É que este acontecimento me causou muito constrangimento, muita vergonha. Eu tive, tenho vergonha de ter sido tão idiota, de ter caído na conversa de uma pessoa mentirosa, calhorda!

Bem, mas como estou no final de carreira mesmo, prestes a encerrar meu campeonato, repleto de derrotas, aqui na Terra, nada tendo a perder, vou contar sobre a maior decepção da minha vida.

Segundo semestre de 1981, eu trabalhava numa multinacional desde março de 1980. Foi a primeira vez que fiquei mais de um ano numa firma. Antes, eu trabalhei em algumas bancas de frutas, no Mercado Central, como balconista e foi balconista também numa loja de discos, trabalhando apenas 41 dias.

Eu era um simples Auxiliar de Escritório. Eu detestava a minha função, que , na verdade, era de secretário, não propriamente de um Auxiliar de Escritório. Havia muita hierarquia nesta empresa, sendo a minha função uma das mais baixas. Meu salário era o mesmo do que o de um Ajudante de Mecânico. Só os faxineiros ganhavam menos do que a gente. Eu me sentia diminuído com isso. E a minha chefia era considerada a pior da empresa... Eu achava que meu serviço era inútil, sem valor algum. Nada pior mais um antissociável do que trabalhar numa multinacional!

Eu estava totalmente sem rumo e desiludido, com baixíssima auto estima. Desde 1980, eu estava sem ficar com mulheres. Minhas paqueras não estavam dando resultado, estava numa péssima fase.
Na realidade, o que me dava motivo para viver era minha paixão pelo rock, era nos discos que eu comprava e ouvia.

Desde 1980, eu cursava inglês(básico) e no segundo semestre de 1981, conheci uma menina.
Eu e ela chegávamos uma hora antes da aula começar. Eu porque saia do serviço, indo direto pro curso. Ela dizia que vinha da faculdade, onde cursava odontologia.

Não éramos da mesma sala. No primeiro dia em que conhecemos, sentei do lado dela, numa poltrona de espera, ela começou com um papo: "Você estuda?". E, rapidamente, falou que era uma pessoa muito fechada, o que estranhei, pois ela me pareceu bem extrovertida.

Ela era loura, não muito, bonita, não muito também, cabelos curtos, não tão curtos, alta(1,73) e bem magra.
Sua voz era muito bonita, feminina, delicada, fina.

No segundo dia em que nos vimos, quando cheguei os assentos estavam todos ocupados, ela, sentada, me cumprimentou. Eu achei que ela me cumprimentou de má vontade. Fiquei distante dela. E minha descrença no tocante às pessoas, era tanta, que achei legal a gente não conversar, e cheguei a pensar que nunca mais conversaríamos. No entanto, o destino queria mesmo me pregar uma peça...

continua...

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