"Andava
com mania de suicídio e com crises de depressão aguda; não suportava
ajuntamentos perto de mim e, acima de tudo, não tolerava entrar em fila
comprida pra esperar seja lá o que fosse. E é nisso que toda a sociedade
está se transformando: em longas filas à espera de alguma coisa. Tentei
me matar com gás e não consegui. Mas tinha outro problema. Levantar da
cama. Sempre tive ódio disso. Vivia afirmando: "as duas maiores
invenções da humanidade foram a cama e a bomba atômica; não saindo da
primeira, a gente se salva, e, soltando a segunda, se acaba com tudo".
Acharam que estava louco. Brincadeira de criança, é só disso que essa
gente entende: brincadeira de criança - passam da placenta pro túmulo
sem nem se abalar com este horror que é a vida.
Sim, eu odiava ter que me levantar da cama de manhã. Significava que a vida ia recomeçar e depois que se passa a noite inteira dormindo cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais dificíl de abrir mão. Sempre fui solitário. Você vai me desculpar, creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma que outra trepadinha legal, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem. É, eu sei que isso não é uma atitude simpática. Mas ficaria todo refestelado aqui dentro do meu caracol. Afinal de contas, foram essas pessoas que me tornaram infeliz."
Dois navegantes, dois marmanjos, um no blog do Misantropo e outro aqui, no Isolamento Total, me compararam ao escritor, contista e poeta Bukowski.
Em alguns pontos, de fato, parecemos, em outros não, somos bem diferentes. Concordo com quase tudo que ele disse acima. Não obstante, mesmo gostando muito de "trepar", tive mais prazer com os meus discos- a música- do que com sexo-mulheres.
Bukowski, assim como eu , questionava, detonava a vida e um dos frutos da vida: o ser humano; gostava de estar sozinho... mudava muito de emprego, mas acabou por trabalhar 14 anos no Correio.
Eu trabalhei em umas 21 firmas, sendo que só em duas, fiquei mais de um ano. A que eu trabalhei por mais tempo, foi por 3 anos e 4 meses. Em duas firmas, cheguei a ficar 4 dias apenas trabalhando... Pedi demissão em todas, exceto numa, cuja proprietária, me dispensou em 10 dias de serviço.
Bukowski viveu grande parte de sua vida na miséria, mas se tornou rico nos seus dias finais.
Não cheguei a viver na miséria, e tive até conforto quando morava com meus pais. E nestes quase seis anos em que moro sozinho, não passei fome, não fiquei sem me vestir, não pedi dinheiro emprestado e paguei minhas contas em dia. Hoje, estou à beira da sarjeta.
Bukowski acabou vencendo na vida... eu só perdi, fracassei! As duas maiores paixões da vida dele foram: bebida alcoólica e literatura. Minha maior paixão é a música, depois as mulheres, mais pela estética, pelo instinto sexual, pelo jeito, do que pelo caráter/comportamento. Se bem que acho a mulher um ser bem mais bondoso, equilibrado, competente e agradável que o homem.
Quanto à bebida, bebo diariamente, não durante o dia todo, e bebo pouco, não me embriago. E me alimento muito quando bebo. Portanto, não amo tanto a bebida assim!
Bukowski parece que fazia sucesso com as mulheres. Eu não fiz, nunca fui um pegador. Levei poucas para a cama. E as prostitutas só me atraíram na minha juventude, até os 20 anos. Não admiro, nem um pouco, as meretrizes.
Bukowski era alto, desbocado, extrovertido, atrevido. Sou franzino, não sou muito chegado em palavrões, sou introvertido, tímido, sem iniciativa. Bukowski era carismático, tinha cara de mau; eu passo despercebido na multidão, tenho um semblante de pessoa inofensiva.
Apesar de eu ter dito concordar com o que Bukowski citou acima, eu só não gostava de sair da cama, quando tinha que ir ao trabalho. Era uma tortura! Muitas vezes, eu ia pra cama dormir, com vontade de não acordar no dia seguinte. Depois que parei de trabalhar e passei a viver só, gosto muito de me levantar da cama, gosto da manhã, ainda mais num lugar tão agradável, como este em que moro.
Beleza não vale
nada e depois não dura. Você nem sabe a sorte que tem de ser feio. Assim
quando alguém simpatiza contigo, já sabe que é por outra razão.”
―Charles Bukowski
―Charles Bukowski
Na verdade, penso que nunca achei aquilo que amo. Mas, espero que, brevemente, a vida me mate, definitivamente.
E a sua segunda esposa, até que não era feia...
O que? Bukowski com flores na mão?! Só pode ser gozação! rs
De aparência, pra quem não sabe, sou parecido com os três abaixo:
Roger Hodgson, ex tecladista do Supertramp
Anthony Phillips, ex guitarrista do Genesis
Luiz Fernando de Carvalho, cineasta brasileiro.
O rosto dele é quase idêntico ao meu-dá para confundir.
Mas, ele é bem mais alto do que eu.
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