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segunda-feira, 2 de março de 2015

Uma Família Peculiar(parte 1)

O génio só pode compensar o defeito de provir de uma família não deixando nenhuma.
Karl Kraus

Coitado do primeiro a ir embora daquele almoço em família. Imediatamente vira alvo de fofoca dos outros!
Horlando Halergia

Estupram de lá, esquartejam de cá, mas o pior crime que eu vi foi um pai de família se matando... todos os dias... indo trabalhar sem saber pelo quê.
Hiago Rodrigues Reis de Queirós

Minha família não era unida; era complicada, mas não era das piores...
No entanto, no meu modo de pensar, as minhas avós não deveriam ter se casado e, muito menos, ter filhos. E nasceram onze filhos dos seus respectivos casamentos... netos, bisnetos...Felizmente, não vou deixar herdeiros.

A família mais legal que conheci foi a da minha ex-mulher. E olha que era uma família numerosa. Os pais da minha ex tiveram doze filhos.
A família pior que convivi foi a família do ex companheiro da minha mãe.

Mas, quero falar de uma família que me chamou  muita atenção. Uma família bem peculiar.

Vou usar nomes fictícios. O patriarca Noêmio era um homem um pouco mais velho do que meu pai.
Ele era proprietário de uma banca pequena de bananas, no Mercado Central. Sua banca era bem perto da banca de frutas do meu tio paterno, que foi patrão do meu pai e da minha humilde pessoa.
Com uma simples banca de bananas, Noêmio sustentava e dava conforto para a sua família.

Ele teve quatro filhos. Estou meio na dúvida de quem era o mais velho...acho que era a Alzira.
Alzira era uma moça ruiva, bonita e meiga. Foi a que tive menos contato da família. Ela sempre me pareceu uma pessoa doce, equilibrada e simples. Era a única dos quatro irmãos que não costumava a ajudar o Noêmio na sua banca de bananas.

Eloy era gordo e bem alto. Foi ele quem me levou na zona as duas primeiras vezes em que tive relação sexual. Eu tinha de 13 a 14 anos. Na primeira vez, fui acometido de "chato"; na segunda de blenorragia. Na terceira vez, sem as "indicações" do Eloy, não peguei doença...

A principio eu gostava do Eloy. Mas, com a convivência, no Mercado Central, achei-o um chato! Ele conversava demais! Arrumou até confusão com o meu pai, que não estava se dando bem com o Noêmio. Os três quase saíram no braço. Eloy era muito inconveniente.
E conseguiu realizar seu sonho: se tornou motorista da Viação Cometa.

A filha caçula, da minha idade, ou um pouco mais nova do que eu, era a que eu menos gostava da família. Carmélia era geniosa, antipática, metida e debochada. Chegou a debochar da minha humilde pessoa. Até no começo da adolescência, seu físico nada tinha demais... não era uma mulher bonita. Mas, de repente, ela ficou linda... sério! Bonita demais! Alta, ela sempre usou cabelos curtos.

Quando eu estava com 18 anos, fui empregado do Noêmio. Por pouco tempo... se chegou a três meses foi muito. Eu gostava da pessoa do Noêmio, mas não curtia seu método de trabalho. Eu sentia um certo orgulho/complexo por ser empregado dele, e não me sentia bem perto da Carmélia, que o ajudava na banca. Ah, esta banca era de frutas... uma banca grande, que meu tio paterno vendeu para o Noêmio.

A mulher do Noêmio, Fernanda, era bem peculiar também. Ela conversava demais! Era esquisita. Também um pouco inconveniente. No entanto, ela sempre me tratou bem. Noêmio, uma vez,me confidenciou: "a Fernanda é doente"...

...continua...

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