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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Um Bicho do Mato Que Não Gosta do Mato, Só Quer Sossego e Paz

Nesta última semana, a cachorrinha da minha prima, a seguiu, quando ela ia embora da fazenda, de carro, com seu marido... e não voltou mais...

Esta é a segunda vez que acontece isso. Na primeira vez em que aconteceu, a cachorrinha voltou dois dias depois.

Confesso que gostei do seu desaparecimento, já que, com isso, voltei a ficar só. E tenho praticamente certeza que a cachorrinha deve estar bem, pois mesmo espirrando e com suspeitas de estar de sarna, ela é muito esperta, é bem disposta e, creio eu, deve ter sido adotada por alguém que mora nas fazendas ao redor.

Acredito que terminou mesmo o encanto pela roça, tanto que cheguei até a sentir falta do último local em que morei.  E caso eu queira continuar vivo, só me resta me conformar e tocar o barco, até que a morte me leve de vez.

Eu teria muito a dizer, mas continuo sem internet. É complicado ir até à cidade interiorana, já que são dez quilômetros de estrada de terra, o percurso... Há muitos porém, como há diversos poréns na vida no campo.
E o que parecia bom, durou pouco mesmo.
Me parece que na roça o inusitado é maior que nas capitais e é bom lembrar que não tenho a mesma autonomia , que tive ao morar só nestes últimos 6 anos. Enjoei mesmo do mundo rural.
Infelizmente, os fatos inusitados não são, em sua maioria, agradáveis.  A natureza é mesmo selvagem, imprevisível, cansativa e não é tão bonita como pode parecer a principio.

E animais como as vacas, não podem ser vítimas do nosso desdém, já que estão em seus verdadeiros habitats. O homem, mais por motivo financeiro, é como se fosse um intruso no campo. Alguns vão morar na roça para fugir do a dia , bem estressante e desagradável das metrópoles. Muitos acabam gostando de viver longe da chamada civilização. Quanto a mim, não gostei.

Mais uma vez, na minha vida aconteceu de algo começar bem e terminar mal... traduzindo: no começo, prazer, depois dor. Na realidade, eu não gostaria mais de morar numa capital, nem mesmo voltar a viver nesta última residência em que vivi durante cinco anos e meio.
Lá também as coisas começaram bem, mas foram se deteriorando. No começo, tive muita sorte, pois eu morava num lote em que haviam mais três residências, sendo que os vizinhos não me perturbavam, havia pouco movimento dos moradores, durante muito tempo, algumas dessas residências ficaram desocupadas e nas que haviam moradores, eles eram bem tranquilos, silenciosos. Da segunda quinzena de abril pra cá, deste ano, já havia bem mais movimento, conversas e até sons em volume alto, também o lance de me deparar, quando saia ou chegava em casa com algum vizinho no corredor do lote.

Não sinto falto dos botecos de Belo Horizonte. O que sinto falta é dos tira-gostos. Não fiz inimizade nos bares, mas também não fiz amizades. Interessante é que logo nos primeiros dias na roça, pensei em ir até Belo Horizonte de dois em dois meses... eu iria no bairro Padre Eustáquio, local que mais frequentei nestes últimos anos e nos bares, localizados no mesmo bairro. Mudei de ideia. Bobagem viajar só para ir em bares. Além do mais, é complicado ir daqui até BH. A passagem de ônibus está em volta de 35 reais. Tenho que ir de carona, voltar de ônibus. Outro problema: só existe um horário de ônibus de BH para cá: as 14:45. Eu chegaria no começo da noite na cidade e não seria nem um pouco viável eu seguir a estrada de terra à pé na escuridão. Teria que dormir na cidade, onde minha prima tem uma casa.
Talvez eu nunca mais volte em Belo Horizonte. Não sinto falta da cidade.

Que ironia, estou no mato sem cachorro. Se ficar, o bicho come , se correr o bicho pega.

Certamente, que muitos pensam que o problema está em mim, que quero demais, que sou um frouxo, que não tenho humildade, mas o que o animal aqui quer, além de comer, beber, ouvir rock e usar internet, é sossego e paz, e isso não é possível neste mundo... pelo menos, pra mim não é.

E o sexo? Tenho notado que minha libido diminuiu. Eu, que sempre fui um onanista contumaz(rs), quase não estou masturbando. Na cidade interiorana, quase não há mulheres atraentes.
No entanto, ontem, ao dormir na casa da minha prima, aqui da cidade, ao ver o Programa Silvio Santos, fiquei de olho nas mulheres presentes no espetáculo(muita mulher boa!rs).

Fiquei bem mais velho nestes últimos meses. Pra piorar, emagreci demais! A última vez em que me pesei, em Belo Horizonte, eu já estava magérrimo, com 56 quilos e meio. Estou bem mais magro ainda... cadavérico! É triste!  Dá para desanimar mais ainda...

Uma boa notícia: David Gilmour, ex-guitarrista do Pink Floyd, lançou um novo disco. Penso em comprá-lo, mas na cidade interiorana, não tem loja de discos. Tenho que depender da boa vontade da minha prima e de seu marido, para que comprem o cd pra mim, em BH. É difícil... é complicado!

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