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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sobre a vontade de morrer...(1)

Dona Elba(nome fictício) foi uma amiga da minha mãe e da minha avó materna.

A maioria das amigas da minha avó era de mulheres de baixo poder aquisitivo, iletradas e levianas.
Dona Elba era diferente.  Se não me falha a memória, descendente de espanhóis.

Ela tinha a voz grossa, era exagerada e passional, a meu ver.
Casada, tinha um filho.  Gostava de cantar tangos, bem alto, exibindo sua voz grossa, com muita dramaticidade , pra gente.

Em 1975, coincidiu de sermos vizinhos dela. Morávamos na mesma rua.

Em 1976, ano que me tornei fanático por rock, eu estava a escutar um vinil do Kiss, o "Destroyer". A primeira faixa termina com uma freada e , logo em seguida, escutamos uma colisão.
Com o quarto fechado, coloquei o final da música bem alto. Minha mãe, minha avó e a Dona Elba estavam em casa... a mama abre a porta do meu quarto de diz que Dona Elba se assustou tanto, achando que havia ocorrido um acidente na rua, que pediu água com açúcar(rs).  Incrível como o ser humano é cruel!

Espírita, bem mística, um dia, ela me falou que eu, um jovem de 20 anos, problemático, rebelde, que não parava nos empregos, não estudava, que respondia não muito bem aos pais, que gostava de umas biritas, estava sendo influenciado pelo espírito de um irmão da minha avó.

Tio Juca(nome real), que não conheci pessoalmente, era professor, tocava violino(adoro o instrumento), não parava nos empregos, era muito sistemático, gostava de viver sozinho, isolado em seu quarto. Nada conseguiu da vida... dependia de sua mãe, que temia morrer , pois achava que o mesmo passaria dificuldades, sem a presença materna... Ela tinha razão.  Ele morou com diversos parentes, não se adaptando com ninguém.

No entanto, não acreditei que eu era vítima de um "encosto".

Uma vez, ela leu minha mão.  A única coisa que me ficou na cabeça foi que ela falou que eu teria vida longa.  Não gostei, exclamando: "ih!".

... continua...

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