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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A esquina silenciosa e o palco vazio(1)

A Esquina Silenciosa e o Palco Vazio é o título traduzido do terceiro álbum solo do músico Peter Hammill.
Tive o vinil importado, que foi vendido junto com a minha coleção de mais de mil discos, há dois anos e meio.  Infelizmente, não consegui baixar , na internet, o álbum.  Provavelmente, nunca mais escutarei este ótimo disco.

O título do álbum sempre me deixou muito pensativo.
Bem, grande parte dos meus sonhos, durante as noites, tem a ver comigo, com o que penso, o que sinto, o que vivi...  A esquina silenciosa me remete à esquina, na qual passei quatro anos da minha adolescência(dos 13 aos 17 anos).  Meus pais mudavam de residência com muita frequência, em alguns lugares moramos por uns seis meses...

Tal esquina me marcou muito, mas muito mesmo!

Morávamos num prédio, numa esquina.  O prédio tinha três andares, com quatro apartamentos em cada andar.  Residíamos no terceiro andar.

Na época de férias escolares, eu ficava o dia inteiro na rua; parte do dia na esquina.

Dos colegas vizinhos, dois se destacavam, o Getúlio e o Amarildo(nomes fictícios).
Eram os dois que eu mais gostava.

O destino me intriga; não dá mesmo para entender a vida.
O Getúlio conheci em outro bairro, ainda na minha infância, quando eu tinha uns 10 anos.
Na época, não tivemos muito contato...

O Amarildo era um sujeito muito querido por todos.  Calmo, paciente, alegre.
A principio , eu gostava bem mais dele que do Getúlio.
E, um dia, por um motivo banal, devido a zoação, ficamos um tempo sem conversar com o outro.
Eu tinha vontade de voltar a conversar com ele, mas o orgulho não permitia.
Um dia, o Getúlio fez com que voltássemos com a amizade.

Logo quando eu passei a residir no bairro, os Amarildo e Getúlio tinham como colegas frequentes, meninos mais jovens do que nós três.  Tínhamos 13 anos e os meninos, por volta de 10 anos.
E não havia nada de homossexualismo.  É que nós três éramos atrasados para a nossa idade.  Ainda brincávamos de pegador de esconder, de cabra cega...

Os caras grandes, também frequentadores da esquina, com a faixa etária entre 16 e 18 anos, chegaram até a apelidar o Getúlio de "Casado".  Os colegas meninos seriam os filhos dele(rs).

Getúlio tinha fama de medroso. Na época, o sujeito que afinava, corria de briga, era chamado de "cagão".  Assim que alguns se referiam a Getúlio.

Eu era uns seis meses mais velhos do que os dois.  Coincidências do destino: Amarildo aniversariava em novembro, Getúlio em dezembro.  Meu pai nasceu em 15 de novembro, minha mãe em 8 de dezembro.
Dois amigos, um do signo de sagitário, outro escorpião. Meus pais, a mãe sagitariana, o pai escorpiano.

No começo, fui rejeitado pelos meninos, os colegas de Getúlio e Amarildo.
E tive a impressão que os dois preferiam a companhia dos meninos do que a minha.
Me afastei , por pouco tempo.  Logo percebi que os dois não mais andavam juntos com os meninos.
Aí , me aproximei, novamente, e nos tornamos amigos "inseparáveis".

... continua...

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