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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

A arte de se fazer inimizade(2)

Durante a minha conturbada existência, saí  do sério com muitas pessoas, por causa de brincadeiras.  Discuti, ameacei e, até mesmo, em poucas vezes, parti para agressão física.  No pensamento, matei muitos "gozadores"(zoadores).

Bom, falei que saí do sério com muitas "pessoas".  Errado!  Só saí do sério com homens. A mulher é um ser tão superior do que o homem, que não fica a criar brincadeiras inconvenientes.  O estilo de brincar das mulheres é mais sutil, mais saudável.  A mulher é um ser gracioso e suas graças, suas brincadeiras, têm, realmente, graças, nos encantam, nos divertem.

No entanto, eu, também, errei, durante grande parte da minha vida, pelas brincadeiras que fiz.
Igualmente, já saíram do sério comigo, por causa das gozações.
Colocando na balança, pesa mais as brincadeiras das quais fui vítima, do que as que criei.
Explicando melhor, eu saí mais do sério com os outros, do que os outros "apelaram" comigo.
Cheguei a ter fama de não ter "esportiva", de não aceitar brincadeiras... mais ainda: na adolescência, muitos diziam que eu adorava brincar, mas não tolerava que brincassem comigo.
Pouco antes de chegar aos 40 anos, pode se dizer que aboli zoar outrem. Brinco só ocasionalmente,com cautela para não ofender meu semelhante.

Eu poderia citar muitos casos, não só acontecidos comigo, que ocorreram com outras pessoas...
Vou citar apenas alguns(que aconteceram com a minha pessoa).

Aos 19 anos, quando era empregado de um tio paterno(ele suicidou aos 59 anos, em 1991), eu zoava muito um carregador , menor de idade, do Mercado Central.
Ele era pardo, baixinho, feio e "sem pescoço".  Eu o chamava de Frankenstein.  Parecia que ele não se importava, até que um dia, foi me agredir.  Maior de idade e de estatura, claro que eu bateria fácil nele, mas só me defendi e levantei o pé na cara dele, sem atingi-lo, dizendo, com muita raiva, "viu, se eu quisesse te bater?!". Mandei ele sair da minha frente. Na hora em que eu larguei o expediente, por coincidência, me deparei com ele, e o ameacei.  Ele ficou quieto.  Só depois de anos e anos, que percebi que eu era quem estava errado. O remorso bateu em mim.

Creio que foi em 2001, quando morava com minha mãe e seu companheiro, que saí no braço com o "padrasto".  Motivo: suas insuportáveis brincadeiras!  Depois disso, ele diminuiu muito as brincadeiras, mas, acabava por voltar a me zoar...

O último algoz foi mais recente: o marido da minha prima(a ex-patroa da fazenda).
Já contei aqui, no blog, como foi minha saga com ele, um sujeito repugnante.
Com 58 anos, ele agia como um adolescente, dos mais inconsequentes.  A tralha não conseguia ficar do lado de uma pessoa sem zoá-la.  Escutei algumas vezes, minha prima dizer pra ele:  "você brinca muito e depois reclama que não te levam a sério".

Fui gozador, mas nem tanto como muitos, vale lembrar.  E quando eu notava que a pessoa não gostava das brincadeiras,  parava de zoar.  Alguns , que falaram não estarem gostando das minhas brincadeiras, eu cortava-as e continuava a conversar com os mesmos, sem problema algum.
No entanto, o "gozador" contumaz, não para de gozar... quer dizer, alguns param, quando são muito xingados, ameaçados e mesmo agredidos fisicamente. Mas, acabam sempre encontrando novas vítimas, vítimas das suas brincadeiras sem graça e de mau gosto.

Outra característica do "gozador" contumaz:  ele gosta muito de zoar, mas não aceita ser zoado. O marido da minha prima é um deles.

Mais outra característica: quando saem do sério com eles, se isentam de culpa, acusando os que foram vítimas de suas brincadeiras imbecis, de serem recalcados, mal humorados...
Ao falar com o marido da minha prima que eu não estava gostando das suas brincadeiras, ele respondeu:
"Não vou modificar meu jeito alegre de ser!". Nada de jeito alegre, o certo seria jeito chato, jeito antipático, jeito infantil de ser.  Vaidoso, imaturo, vingativo e com o orgulho ferido, ele falou comigo: "seu papo é um porre!  Mas, tolerei... vc não tolerou minhas brincadeiras!". E ele sempre insistiu para conversar comigo, antes do desentendimento...  bem, eu corro de quem tem papo ruim.

O casal 0 tem apenas uma filha, de 25 anos.  Paradoxalmente, ela é muito calada. Uma das pessoas mais caladas que já conheci... bem diferente do pai...
Como diz aquele ditado: em boca fechada , não entra mosca.
Contudo, tagarelas e sem graças , como o marido da minha prima, nunca desistem , não conseguem viver sem azucrinar seus semelhantes, com suas brincadeiras.
Brincadeira é a arte de se fazer inimizade!

2 comentários:

  1. Boa tarde Roderick.
    É meu amigo. As pessoas perdem o limite de uma simples brincadeira ou o que torna algo ruim. Toda brincadeira tem limite. Que bom que reconheceu a sua culpa no seu relato. É a sua atitude com o seu ex empregador foi madura e nobre. É exatamente assim que as pessoas sensatas sr comportam. Com uma simples frase eu não estou gostando das suas brincadeiras. Mas infelizmente ele nem assim entendeu que não estava agindo corretamente. Infelizmente as vezes so a vida ensina. Todaa as pessoas tem seus momentos felizes e tristes e não podemos levar a vida como se estivesse no circo ou pior fazendo as pessoas de palhaços rsrs. A noite volto para ler a parte 01. Obrigada pela sua presença por la. Você é uma pessoa que gosto muito mesmo sem lhe conhecer parece ser uma pessoa bem centrada. Abraços.

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  2. Mirtes, vc como sempre muito gentil.

    Vc, sim, é que é gente boa.
    E tudo de bom pra vc!
    Muito obrigado!
    Abraços

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