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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Espírito de porco

Uma das atendentes da biblioteca(a que tem gênio ruim), me falou que a filha mais velha do irmão mais velho do meu pai(a ex-patroa), apareceu na biblioteca, numa tarde, para doar livros.  Doou um pouco e disse que seu infame marido apareceria num outro dia, para doar mais.
Segundo a atendente, a ex-patroa não perguntou por mim.  Eu, simplesmente, lhe falei que ela(a ex-patroa) morreu pra mim.
Espero que a sorte me ajude e que eu nunca mais me depare com o casal 0, que deve ter ido(e ainda ir) muito na fazenda, nos últimos dois meses, já que são férias escolares(a ex-patroa trabalha na secretaria de uma escola).

Me informaram que o galinheiro do ex-patrão, já está dando pintinhos e que o casal 0 está criando um cachorro...

Bem, não estou contente na atual fazenda, mas tenho certeza que se estivesse na fazenda do casal Estados Unidos(assim como o país, o casal não tem amigos, só tem interesses), a situação estaria insuportável, principalmente pela presença  mais frequente-devido o galinheiro- de um dos homens mais antipáticos da face da Terra.

Final de semana não muito agradável, na fazenda do primo: morcegos, insetos, a chatice do filho de criação do caseiro...

O rapaz, de 14 anos, é filho de criação do caseiro, que o adotou quando o moleque estava com uns 2 anos.  Ele é filho de sua atual mulher.

Ontem, o pirralho, novamente, pisou na bola.
O primo, como sempre, me chamou, à tarde, quando eu estava curtindo meus rocks.
Ele estava saboreando mangas, que ficam no quintal da casa onde moro.
O rapaz estava com ele.  Pela sua conversa, entendi que o moleque estava querendo dinheiro emprestado com o primo, para comprar uma moto(há pouco, ele usava a moto do caseiro, que pifou; usando-a só ao redor das fazendas, nas estradas de terra).
Quando o primo foi lavar suas mãos, o antipático adolescente me disse: "peça dinheiro pra ele; ele é seu pai".  Não deu nem tempo de lhe dar uma resposta, o primo apareceu e os dois saíram de perto de  mim.

Pouco depois, fui até a casa do caseiro, cientificando-lhe da provocação do garoto.
O caseiro ficou muito irritado com o moleque e falou: "não quero mais que vc tenha contato com ele; não quero mais que vc brinque com ele... "  Sabiamente, afirmou que a pessoa que não gosta de brincadeiras, têm que ser respeitada, assim como os mais velhos.
Me pediu desculpas...
Algo que me intrigou, foi ele falar ao dizer que não quer que o moleque brinque mais comigo, que eu não mais lhe faça perguntas.  Estranho, no pouco contato que tive com o jovem, poucas vezes fiz perguntas.  Ainda pretendo esclarecer isso com o caseiro.
Será que acham que minhas (poucas) perguntas são inconvenientes?
E, mais uma vez, ele falou o que já tinha falado com o primo(eu escutei): que eu sou muito quieto e não incomodo ninguém.

Os morcegos voltaram a aparecer à noite e de madrugada; não com a mesma intensidade de quando tinha pouco tempo em que eu morava na atual residência, mas têm ainda incomodado.
No sábado e hoje, logo ao me levantar, às 6 horas, encontrei um morcego no chão, andando , mas incapaz de voar... mateio-os .  O de sábado, quase que caiu em cima de mim, no colchão...
De acordo com o caseiro, eles voltaram a aparecer, devido a fazendas, sítios e casas ao redor, que estavam ausentes de pessoas, estarem, atualmente, com moradores(ou locatários dando festas), daí eles migram para residências onde há pouco movimento, poucos moradores, como a que moro.

Não tenho tido problema com insetos, durante o dia, porém à noite, os pernilongos me tiram do sério, até mesmo atrapalhando de eu fazer a coisa que mais me dar prazer: ouvir músicas.
Nem repelentes os espantam.  A casa, sem forro, deve ter uns 5 metros de altura(me parece que uma casa comum, com forro, tem uns 3 metros de altura).
As noites têm sido desagradáveis.  É triste olhar para o alto teto e ver telhas... e insetos... e morcegos...
Não é nada legal, dormir com o rosto coberto.
Ontem, com a minha já habitual ira e histeria, gritei muito,  muito mesmo!
Como de costume, xinguei a vida e implorei pela morte.

E o primo, na semana retrasada, ao eu lhe falar, em tom de gracejo, que eu teria que ficar o dia inteiro saboreando maracujá, para me acalmar, disse:  "Nervoso porquê? Você vive numa casa boa, tem se alimentado bem..."  Respondi que assim é a minha natureza(meu eu) e que, praticamente, perdi tudo (o pouco) que tinha.
Mas, o primo é desses que deve pensar, como muitos, que eu tendo onde morar, tendo o que comer e beber e ouvindo meus discos, estou feliz.
Bem, é ótimo, as coisas que citei, no entanto, não como e nem bebo o que quero(faço muito economia), a casa em que moro, como vivo relatando, apesar de ser até espaçosa para uma pessoa só, tem seus problemas, que volta e meia digo(hoje mesmo, eu disse mais sobre os poréns da residência).
Além do mais, não tenho mais computador, internet.  Dependo , atualmente, do primo, sendo obrigado a ouvir provocações como a do filho do caseiro.  Sou vítima de lembranças tristes, de decepções e não tenho mais nenhuma ilusão.
Ah, podia ser pior , né?  Melhor como está do que morar num asilo/abrigo, ou ser morador de rua, um mendigo, a passar fome.
E tudo o que passo é culpa minha, que , hoje, colho o que plantei, ou o que não plantei.
Como disse o irmão da filha do irmão mais velho do meu pai(a ex-patroa), há muito anos, "vc plantou bosta e está colhendo bosta!".
Eu deveria agradecer ao destino, não?  Contudo, só amaldiçoo a vida.  Estou, constantemente, insatisfeito.  Sou mesmo um espírito de porco!

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