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terça-feira, 6 de junho de 2017

Quanta saudade(2)

"Capela" foi uma música gravada pelo Paulo Sérgio, em 1972.  Fez sucesso.
Fácil de notar que "Quanta Saudade" foi escrita , baseada na letra da canção.  É o que sinto.
Escrevi isto na semana passada.

Apesar da infância ser a única época da minha vida em  que me senti feliz, não sinto saudades do meu tempo de criança.
Schopenhauer, mais uma vez, acertou ao dizer que as crianças são felizes porque são ignorantes.
E nesta fase sofremos.  Nosso corpo é frágil , bem suscetível às doenças; somos privados de muitas coisas, pelos nossos pais e por outros adultos.  Temos muito medo e choramos com facilidade.  Somos bem indefesos.

É, nestes 61 anos de vida, só senti saudades mesmo dos meus vinis-vendidos há três anos- e da minha internet diária.
Sem saudades da minha ex-esposa, de namoradas, ficantes, colegas/"amigos", locais de trabalho, família...

Família... e minha mãe?  O dia e o dia seguinte em que minha mãe morreu(29 e 30.08.2008) foram os piores da minha vida.  A sensação ao escutar da doutora o falecimento da mulher que me colocou no mundo, foi terrível. Nunca senti algo igual, a não ser minutos depois, quando me deparei com seu corpo sem vida... roxo. A noite foi um verdadeiro pesadelo...

Vendi minha coleção de 1.238 vinis, em 30.05.2014.  Foi bem desagradável, triste, mas não tanto , bem menos até, do que a perda da minha mãe.
No entanto, não sinto tanta falta dela, como sinto dos meus discos.
Já expliquei por aqui, que tal coisa foi pelo fato de ela e eu não termos muita afinidade, de ter faltado carinho entre nós e talvez por ela ter tido uma preferência bem maior pelo meu irmão(todo mundo notava isso).
Ou será que sofro de falta de amor e posso ter distúrbios de personalidade?

Falando em noite, ontem, dormi muito mal, muito pouco... no máximo umas duas horas.
Rolando na cama e pensando muito, me lembrei de muitas passagens da minha vida, desde os 6 anos de idade, quando me dei por gente.  Fui relembrando as diversas residências em que morei, colegas, namoradas, prostitutas, minha vida em família, os locais em que trabalhei, minhas paixões-algumas sugerindo monomania- paixões por atrizes de cinema, mulheres peladas, por rock, filmes de terror, bebidas alcoólicas.  Me lembrei de pessoas agradáveis e outras insuportáveis.
Tudo sem saudades, a não ser por meus vinis e pela minha internet diária.

Ah, a minha cabecinha esquecida... acho que é a idade...
Há quem diga que gato não gosta de gente, nem do seu dono, que o bichano gosta mesmo é da casa.  Sinto saudades de algumas residências em que morei.  Saudades das casas, não dos vizinhos.
O prédio em morei , no bairro Padre Eustáquio, por quatro anos, na minha adolescência.
Outro prédio, no apartamento da minha avó materna, no bairro Calafate.  Lá morei por três vezes; duas nos anos 70 e por uns 8 anos, na década de 90.
Mais um prédio, no bairro Carlos Prates, no qual moramos por, no máximo, 6 meses, quando eu tinha 8 anos de idade.
Uma casa, no bairro Glória, no final de 1973 até o meio do ano de 1975.
A última casa, em que morei , antes de vir pra roça, no bairro Milanez, em Contagem, de 30.12.2009 a 25.07.2015(o local que eu mais gostei de morar).
E, por incrível que pareça, a fazenda, a primeira em que morei, de 25.07.2015 a 24.08.2016.
Lugar no qual eu  passei mais tempo sozinho, longe do contato humano. E foi graças ao contato humano, que fui obrigado a mudar de lá... graças aos dois patrões, o casal 0.

Das 23 casas em que residi, só gostei com intensidade das 6 citadas.


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