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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Morte de Um Tio(4)


Depois de aposentado, já neste século, ele foi morar com minha mãe, seu companheiro e eu.
Nem chegou a pedir para morar, foi trazendo suas coisas, que consistiam em roupas, e morou por, pelo menos, uns dois anos conosco.

E foi aí que ele me surpreendeu negativamente. Primeiro pela cara de pau, já que nem pediu para morar na casa...
Ele tinha o maior conforto e nada dava para casa, não fazia qualquer agrado aos anfitriões.

Ele conseguiu a proeza de irritar a minha mãe, ao seu companheiro, a mim, a faxineira de casa e até mesmo a minha ex-esposa, que, quinzenalmente, passava os fins de semana na residência da minha mãe.

Sem ser agressivo, mandão, autoritário, ele se revelou um chato, inconveniente, um folgado. Fiquei surpreso e decepcionado. Ele ficava o dia inteiro num confortável quarto, que ficava ao lado do da minha mãe e de seu companheiro. Ficava sentado ou deitado, numa poltrona tipo cama, passando o o dia todo  vendo televisão. Tomava muito café, tanto que antes dele morar conosco, uma garrafa grande, era suficiente para nós, com ele em casa, era necessário duas garrafas...

Ele não fazia mais suas tiradas, não contava mais piadas... até mesmo quando almoçava, não se sentava com a gente, comia no quarto. Na verdade, ele nem conversava, só abria a boca para fazer brincadeiras de péssimo gosto, irritando a mim e até ao companheiro da mama. Cheguei até a ter antipatia dele.

Todos estavam a fim de nos livrar dele. Minha mãe, que, certamente, deve ter feito promessa para alguns santos(rs), falava conosco: "ele vai sair daqui".

Até que surgiu (mais) uma mulher, a V. Baixinha, magrinha, branquinha, delicadinha, começaram a namorar.
E ele foi morar com ela em seu apartamento.

E quis o destino, que ele e eu nos encontrássemos, no CTI, no último dia de vida da minha querida mãe.

... continua...






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