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quinta-feira, 12 de março de 2015

De Um Outro Mundo(parte 2)



 Possivelmente, abaixo está mais uma ilusão criada pelo Demiurgo , para nos manter presos à vida
É comum escutarmos: " A vida é boa, a gente que atrapalha ela"; "a vida é boa demais!". Alguns ficam estarrecidos ao saberem que uma determinada pessoa, se suicidou. Os mais afoitos taxam ao suicidas de covardes e, até mesmo de bobos... afinal, a vida é boa demais...

Apesar da minha contumaz revolta, evoluí com o tempo, pois quando eu era jovem, detestava os ricos. Hoje, detesto a classe média e também os pobres, e continuo odiando os ricos.

É enfadonho viver num mundo, durante anos e anos, a perguntar: o que estou fazendo aqui? Por que nasci?

Ora, transpiro mágoa por um lado e ódio por outro. Temos duas axilas, não?
Já matei um cado de gente no pensamento. Não gosto de quase nada na vida.

A vida, como toda pessoa adulta sabe, é uma sucessão de altos e baixos, de perdas e ganhos. Descobrir, conquistar coisas novas, nos faz tocar o barco, com a gente acreditando em dias melhores. Mas, cheguei a um ponto que não mais existe ponto alto em minha vida. De uns anos pra cá, parei de ganhar, só perco. Nada mais descobri, nada mais conquistei. Nada novo apareceu em minha vida.
Á beira da sarjeta ou da morte, pra piorar, ainda estou emagrecendo muito. Estou pesando 57 quilos.

Mas, o que um sujeito que desde os seus 18 anos, questiona o sentido da vida; um sujeito que sempre se sentiu deslocado, um indivíduo que viveu sem querer viver, cujas duas maiores alegrias em sua vida , foram escutar música e viver sozinho(isso conseguido mesmo, só há seis anos atrás), está fazendo num mundo como esse?

E tentando responder tal pergunta, me vem na cabeça que eu poderia ser um ser de um outro mundo, de outra dimensão, outro planeta, coisa assim... e que me mostraram o planeta Terra, um mundo bem diferente de onde eu vivia. Aí, precipitadamente, fiquei encantado com o planeta, acreditando que poderia haver felicidade e prazeres desconhecidos, que a população da Terra, sorridente, festeira, elétrica, animada, ávida ao trabalho, poderia a vir ser uma boa companhia.

Julgando pelas aparências, não vendo o planeta no seu todo, olhando só a parte bonita, não notei as feias. Mulheres lindas, danças, automóveis, futebol... Olhei superficialmente, me iludi: deve ser bom viver na Terra, pensei.
Pedi a uma entidade que me colocasse nesse planeta, e estou nele, preso, há quase 59 anos.

Schopenhauer disse algo assim: observar a natureza, até que não é ruim, o ruim é interpretar um papel nela.

E tenho pagado caro por ter nascido e estar vivendo aqui...

5 comentários:

  1. Meu caro,

    Vamos lá. Pensando racionalmente, felizmente ou infelizmente essa é a nossa única passagem por aqui. Eu sei que é extrínseco a você sentir esse ódio do mundo , acredito que vc não faz tipo, realmente sente tal ódio. Contudo não vejo o seu perfil como o de uma pessoa depressiva , desanimada, e sim como um revoltado social. Raiva de quem se deu melhor na vida, raiva de quem foi mais bem sucedido com as mulheres, raiva disso , raiva daquilo...O problema é que vc sente tanta raiva, que ela te consome e não te deixa enxergar o lado bom das coisas. Será que se vc tivesse uma familia, sua paixões virtuais não tivessem te abandonado, tivesse um bom emprego, esse ódio ainda permaneceria? Talvez sim,talvez não. nunca saberemos. Vc ja deve ter recebido milhões de conselhos desse tipo, de pessoas que não lhe conhecem mas acham que é fácil sair dessa situação. Eu sei que é difícil , mas é preciso tentar ver o mundo por outro prisma.

    Não sei se vc conhece um livro , Oblomóv , um clássico da literatura russa de Ivan Gontcharóv, um senhor que ficava em casa o dia inteiro de roupão no sofá de casa sentindo ódio de tudo , e fazendo planos que nunca colocava em prática.A força épica do personagem reside justamente na inação, na resistência passiva dos ideais. Um dia ele sai de casa e sua vida muda completamente. Ele parou de reclamar e resolveu agir. O termo oblomovismo ficou famoso em toda rússia, citando pessoas que só falam ,falam,reclamam e não tomam atitude para que as mudanças aconteçam.

    Viva Roderick! Saia um pouco da frente do computador, procure ler coisas que te façam bem, vá em parques , respire , converse, interaja . Existem milhões atividades gratuitas acontecendo ao seu redor. Quebre a barreira, existem pessoas interesasntes a sua volta que podem lhe proporcionar momentos memoráveis.
    Como bem disse Rumi : '' Preste atenção.Abra um caminho para si dentro de si mesmo. Pare de olhar na outra direção. Não compre a ideia de sartre quando dizia que : '' O que somos é o que fizemos do que fizeram de nós'' .
    Queria poder lhe enviar uma cesta básica, caso vc aceite. Não veja como um ato de piedade, mas sim como um exemplo de pessoas que podem lhe fazer bem.


    Bem, queria escrever mais, mas começou aquela preguiça .

    Outra coisa, gostaria de saber o quanto lhe faz bem ou não quando eu comento no seu blog . Gostaria de ter esse feedback, pois caso eu esteja passando do limite eu paro.

    Se aceitar a cesta ( com algumas cachaças) me passe um endereço para onde possa enviar.

    Abraços

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    1. Oi, Tolstoi.
      Não sei bem a quanto tempo que vc lê meus escritos, mas creio que vc se deparou com meus textos, neste blog . Uns dois anos antes(ou très), eu já tinha outros dois blogs.

      Creio que vc não me entendeu, pelo que disse no primeiro parágrafo de seu comentário.
      Não gosto e, muito menos, tenho inveja de quem se deu bem na vida.
      E, pelo fato de ser bem vivido, sei que as pessoas bem sucedidas, pagam um preço caro por isso.
      Exemplos são muitos. Na minha família, entre meus parentes, entre grandes empresários, atores, músicos, jogadores de futebol, etc...

      Família não me faz falta alguma. Já até disse nos blogs, que quando morei com meus pais, tive muito conforto. Mais conforto ainda tive ao morar com minha mãe e seu companheiro, por quase 9 anos.
      Já falei nos blogs, que eu não gostava do companheiro da minha mãe. Falei que ele tinha aborrecimentos em demasia(é o preço que se paga por ter dinheiro , filhos, irmãos), e, como era tipo um adolescente, se sentia feliz. Mas, minha mãe, tão materialista como ele, não se sentia feliz. Eu estava mais infeliz ainda.

      O lance de sucesso com as mulheres foi algo que me frustrou mais na juventude. Com o tempo, mais maduro, sei que um conquistador, um Dom Juan, também paga caro pelas suas conquistas.

      Poxa, neste post, eu mesmo revelei que, praticamente, não gosto de nenhuma classe social. Portanto, meu maior problema é existencial. Porém, como vivo falando, ainda tenho o idiota e teimoso instinto de vida.

      Posso até ter exagerado, pois não chego a odiar a humanidade. Odeio só os que não prestam(rs).

      Não concordo até mesmo com o ciclo da vida, desde a concepção.
      A vida, pra mim, é um logro.

      Sei que vc é bem intencionado, mas não me entende direito. Gosto de ficar diante do computador; gosto de ouvir meus discos.
      Não sinto prazer em ir em lugares como parque, em conhecer gente nova.
      O lugar que mais gosto é meu lar. Sinto um enorme prazer em viver só.
      E quanto mais o tempo passa, menos prazer sinto em sair de casa, passear...

      Pode comentar à vontade, Tolstoi. Pelo que pude notar, vc é franco e tem consideração comigo. Se passar do limite, eu falo(rs).

      Não gosto que ninguém pague nada pra mim. Um dos exemplos é quando vou num bar/restaurante. Já vou com meu dinheiro contado, praticamente sabendo o que vou consumir, e quando me oferecem pagar algo-o que é raro-eu rejeito.
      Mas, não rejeito presentes(s), ainda mais devido a situação a qual me encontro.

      Por favor, deixe seu e-mail(não vou publicá-lo), que aí comunico contigo, lhe dando meu endereço.

      Muito obrigado!
      Abraços

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    2. Ah, Tolstoi, só tive uma paixão virtual(rs).
      Outra coisa: sou muito impaciente e desanimado.
      E acho bem possível que se eu fosse avaliado psicologicamente, seria diagnosticado um tanto de transtornos.
      O bicho mais parecido comigo é bicho -preguiça. rs

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  2. Boa tarde Roderick.
    Meu amigo vim saber noticias suas, não vou mentir e dizer que tenho os mesmos sentimentos seus, pois acho exatamente o oposto, amo a vida e temo o dia de perde-la, mas tenho uma pessoa próxima que apesar de ter tudo, tem o mesmo sentimento e pensamento seu sobre a vida, parei de tentar compreender, apenas passei aceitar que nem todos amo a vida, nem se sente feliz por está vivo. Meu amigo sempre temos algo que possamos gostar, tem certeza que não gosta de nada? por outro lado você já aguentou ate aqui em breve de uma forma natural vai amanhecer eu outro lugar ,sera que será melhor do que essa vida, eu não quero saber rsrs, pelo menos não por muitos anos. Uma linda noite.
    Um forte abraço.

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    1. Boa tarde, Mirtes!
      É, somos bem diferentes, mas admiro muito a sua força, o amor que vc tem pela sua família e parentes e a sua alegria. Mais ainda, por entender pessoas como eu.

      Bem, de umas poucas coisas gosto, como música(rs).

      Muito obrigado pela mensagem!
      Abraços

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