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quarta-feira, 20 de maio de 2015

E A Criança Se Tornou Um Velho Resmungão...

                                                         
Minha avó materna(17.09.1912/05.06.1998), foi uma presença constante em minha vida.
Foi ela quem escolheu meu nome(não é Roderick Verden-rs).
Meus pais foram inquilinos dela, por volta de um ano, e até compraram um apartamento, no qual ela morou. Ela também chegou a morar com a gente, por uns tempos, e vivia lá em casa, mais até do que no seu apartamento.

Ela tinha um jeito frágil e doce, dona de uma delicada e feminina voz. No entanto, era adúltera, leviana, venenosa, rancorosa, super egoísta, intrigante. Era uma pessoa muito negativista.
Com a idade, foi ficando cada vez pior.

Pensando bem, ela até viveu muito, já que me parece, e dizem, que negativismo mata.

Nos seus últimos tempos, ela, já bem idosa, até esmurrava a mesa, na casa da minha mãe, jogando pragas nos seus filhos. Isso, deixava minha mãe arrasada.

Minha avó paterna também era muito negativista. Era um bicho do mato, bem pior do que eu. Beata, moralista, orgulhosa, racista(minha avó materna , igualmente tinha preconceito de cor), excessivamente solitária, caseira. Foi internada algumas vezes em sanatórios. Morreu octogenária , assim como minha outra avó. Eu era o neto preferido dela. Durante anos, fui o neto predileto da minha avó materna, também, mas depois que ela teve uma neta, filha da sua filha de predileção, eu perdi o posto de neto preferido.

Vivo pensando, nenhuma das duas deveriam se casar e, muito menos, ter filhos. Minha avó materna, teve 5 rebentos; a outra teve 6...

Minha avó materna  não dormia se não tomasse calmantes(minha mãe também). Era uma pessoa medrosa e insegura(minha mãe também). Quando havia tempestade, ela nada fazia, a não ser tampar o ouvido,com medo. E se ela estivesse sozinha em casa, saía a buscar a companhia de vizinhos(até em estabelecimentos comerciais, ao redor, ela ia...).

Todos os filhos da minha avó paterna, com exceção da caçula, tinham(tem) o gênio difícil. Todos negativistas. Dos 6, os 4 homens já morreram. Restam a caçula e outra(elas moram juntas), que é uma eremita, bem mais bicho do mato do que eu. Um dos filhos, se suicidou, em 1991, aos 59 anos(olha que coincidência: a mesma idade minha...).

Dos filhos da minha avó materna, só resta , também a caçula. Bem, não sei se o filho número dois, que mora(ou morava), numa cidade do interior das Minhas Gerais, ainda vive, pois ele rompeu com a minha avó, muito tempo antes dela morrer, e não dava confiança para os seus irmãos...

Este foi o legado que  meus antecedentes deixaram pra mim.

E eu, talvez o maior João Ninguém da família(alguns primos, eu nem conheço), estou do jeito que relato aqui neste espaço: completamente desiludido, super irado, triste, com pensamentos ruins, sem rumo... com vontade de morrer, mas sem coragem para fazer o corte final.

Surpreendi um tanto de pessoas, na minha vida pessoal. Igualmente, surpreendi os outros, no âmbito virtual. Certamente, alguns , que me leem, não devem acreditar no que digo. É difícil mesmo de crer que exista alguém como eu, mas, o que digo é a pura verdade.

Os navegantes, bem mais do sexo feminino, que frequentavam meu blog do Misantropo, provavelmente se surpreenderam com meu comportamento. O gentil, romântico, sensível e até bem humorado Roderick Verden, acabou se revelando um sujeito agressivo,ranzinza, negativista, rancoroso... um frustrado! Roderick Verden, um sujeito, não muito agradável na visão das pessoas... um sujeito difícil de digerir.

Aquela criança , que até que não era feia e era tranquila, hoje é um velho resmungão, totalmente frustrado. O Roderick Verden, mesmo usando "rs", não consegue mais sorrir. A alegria parece que fugiu para sempre dele. Nada mais ele tem para conquistar, mas pode ainda ter o que perder.
Ele não quer viver, mas vive. Ele pode até parecer que está rindo, porém, por dentro, está chorando.

"A criança cresceu. O sonho se foi. E eu me sinto confortavelmente adormecido"(Roger Waters).
                                              Antes
                                            O futuro





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