Total de visualizações de página

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

E o Vagabundo Eremita Misantropo Se Tornou Roceiro

Não, eu ainda não morri(rs).

Na fazenda não tem internet e nem na cidade interiorana, daí estou com muita dificuldade em acessar a internet.

No momento, estou usando o notebook, que minha prima e seu marido, gentilmente, cederam pra mim.  A conexão pode cair a qualquer hora e nem sei quando volto a postar, justamente pela dificuldade em conseguir conexão na roça.

Liberei os comentários, mas não sei se conseguirei respondê-los, devido a dificuldade, como já falei, em manter a conexão ativa.  Agradeço aos Mundico, Janice e a C., pelos comentários.

Há 46 dias que vivo na roça e estou contente, tanto que não sinto falta alguma da cidade em que vivi durante 59 anos.
Claro que tenho alguns aborrecimentos aqui, afinal, ninguém vive sem problemas, mas estou gostando muito... foi como renascer.

Minha prima e seu marido estão sendo muito gentis comigo.

Tenho privacidade, liberdade, autonomia. Pode-se dizer que continuo a morar sozinho, como morei nestes 6 anos, no entanto, como a solidão é maior, o prazer é mais edificante.

É bom não ter vizinhos, ficar dias sem ter contato com o ser humano. O silêncio impera, junto com o som dos animais, bem mais agradável do que o som do homem, apesar dos insetos... pernilongos continuam sendo meus tormentos... e agora,enfrento as insuportáveis abelhas(rs).

Bem, tenho ciência, lógico, que certas coisas na vida começam bem e terminam mal, assim como o que é bom costuma durar pouco, contudo, estou contente aqui.
Continuo sem ilusão alguma e com a mesma visão, nada positiva, da vida.  Não obstante, tive muita sorte de mudar para a fazenda, mas muita mesmo!  E mesmo não entendendo o propósito da vida e reiterando a falta de sentido dela, esta minha migração para a roça, me faz ficar muito pensativo: parece que o destino quer que eu continue vivo... e a vida, o destino foram bem generosos comigo ao me dar um novo lar, o qual tenho gostado.

Talvez o fato de não sentir falta do contato humano, seja pelo fato de eu nunca ter me dado bem com as pessoas. Mesmo as poucas pessoas que aparentaram gostar de mim, demonstrando um certo respeito e consideração, algumas sendo solidárias, creio eu que me veem como um sujeito esquisito, complicado, problemático... uma figura, que , realmente, nada tem que oferecer.
Portanto, a roça é o paraíso para um bicho do mato.

O fracasso da minha saga com a chamada civilização, me faz até pensar que eu deveria ter nascido, vivido e morrido na roça, sem nunca morar numa cidade grande.

Não dá para ter saudades das intrigas, dos pouco casos, das provocações, das grosserias, dos mal entendidos, dos dias dias mesquinhos das capitais, do ritmo rápido, barulhento e paranoico, estressante das metrópoles.

Tudo de bom!

4 comentários:

  1. Como preciso de uma oportunidade similar, meu caro companheiro desta dura jornada. Nos últimos meses a única solução que vejo para o meu caso é ficar o mais próximo possível da natureza e ao mesmo tempo o mais longe possível de qualquer rastro da civilização "moderna" (ou onde já tenha um aglomerado mínimo de seres humanos). Neste exato momento, inclusive, tem uma festa insuportável com um som altíssimo há alguns quarteirões daqui, fora o agito "natural" das sextas-feiras quando os seres humanos resolvem liberar seus demônios, ódios e frustrações sobre outros seres, seja gritando nas ruas, acelerando seus carros barulhentos ou batendo martelo no apartamento de baixo depois da meia noite. Dou conta não!!! Somos bichos do mato e o mato talvez seja nosso verdadeiro lar.

    E não ligue para pernilongos, abelas, cobras ou bois. Dizem que natureza é bela, o que disconcordo (como me permite a língua portuguesa). Acompanho vários programas do gênero e afirmo: a natureza é selvagem, nua, crua e implacável. Ela não é bela no sentido literal da palavra como o ser humano a define; é simplesmente harmônica. Então sinta ao máximo esta harmonia, pois ela te permite redefinir sua essência mais do que qualquer contato humano.

    Abraço de um igualmente vagabundo eremita misantropo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Mundico. Muito pertinente seu comentário.
      Interessante que conheço um sujeito, ateu assumido, que dizia: "Deus é selvagem".rs

      Muito obrigado.
      Abraços

      Excluir
  2. Que bom que o senhor esta satisfeito ai na roça tio Verden! Espero que continue assim!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Sobrinha. Muito obrigado e espero que vc esteja bem também.

      Cheros!

      Excluir