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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Um Conto de Amor... E De(3)(Ligéia)

A lua de mel foi muitíssimo agradável.  Amamos, amamos, amamos...

Nossa convivência?  Era feliz.
Haviam brigas... mas superadas.  Respeitávamos a individualidade um do outro.

Um casal, vivendo longe da civilização, isso poderia resultar em monotonia.
Contudo, o tédio nunca nos pegou.

O terreno em que morávamos era enorme, mas o quintal era bem maior do que a casa.

Esqueci de dizer: Ligéia, tal como minha pessoa, não tinha amigos(a).

A casa tinha quatro quartos; três banheiros(incluídos o da suite e do quarto de despejo), uma cozinha. Todos os cômodos eram enormes.
Uma cama de casal e duas camas de solteiro.  Quatro camas, só pra nós.  Nem sempre dormíamos na cama de casal.  Gostávamos de variar, de dormir separados, nas camas de solteiro.
Talvez seja por isso e pela distância da casa com a cidade, que seus familiares só nos visitaram uma vez.

O quintal era bem grande.  Ligéia cultivava um jardim. Que coisa!  Sei que podem achar que valorizo em excesso minhas coisas, as pessoas que gosto, mas jamais vi um jardim tão lindo. O paraíso era, não só o jardim, mas, principalmente,a presença da minha doce Ligéia.

Eu usava o computador diariamente.  Ligéia, pouco o usava.  Ela tinha um notebook, eu um computador com um monitor maior.  Ligéia o usava mais para postar textos, contos e poesias em seu blog.
Ela escrevia muito bem.  No seu perfil , dizia que era casada, e muito bem casada, que cantadas não seriam publicadas.  E eu nunca vi cantadas.  Lia o comentários , em seu blog, mas, certamente, ela deletava os mais ousados...

Ligéia não era lá bem chegada no meu blog.  Respeitava-o, mas dizia que nunca criaria um blog para dizer sobre coisas pessoais.  Afirmou que nunca leu meus relatos sobre meus casos amorosos.

O dia corria normalmente, com muita felicidade e bem estar, para nós dois.
Eu, escutando meus rocks, rocks que ela não gostava nem um pouco  Ligéia gostava era de MPB.
E não escutava música diariamente, como eu escutava.

Ligéia adorava pintar. Pintava muito e muito, inclusive fotos da minha feia figura e seus próprios auto-retratos. Além do mais, diferentemente de mim, Ligéia adorava quadros, enfeites. A casa estava repleto disso.

Amava literatura.  Tinha curso superior.  Eu só tinha o ensino médio.

Em certos dias, tínhamos muito contato, em outros não.
Eu costumava a observá-la... eu, dentro de casa, e ela, no quintal... ela em certos dias, parecia se deslizar entre o campo, parecendo estar dançando, um balé, sem músicas, só ela.
Noutros dias, ela ficava, durante muito tempo, contemplando o campo, pensativa... Um dia, perguntei: O que vc tanto pensa?  Ela: "Penso em nada, e vc está presente". Eu: Mas, sou nada?!. Ligéia: "Vc viveu a falar que era um nada, e a vida , é, mesmo, um nada, nada somos, e vc é o nada que mais gosto". Minha resposta foi lhe dar um longo beijo.

Enquanto eu não gostava de futebol, ela curtia o esporte.
Um dia, ao vê-la, no seu quarto, dando pulos com um gol de seu time, eu disse:  "E essa é minha mulher! Ninguém é perfeito!"  Ela me jogou uma almofada, dizendo: "pior é vc, que gosta de coisas como "Os Três Patetas"(Ligéia detestava comédias pastelão).  Mas, nada disso, tanto de minha parte, como dela, era com agressividade... tudo era com muito bom humor.

... continua...

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