Total de visualizações de página

domingo, 21 de agosto de 2016

Ainda Salvo...

E, no final de semana, meu primo, numa curta conversa ao telefone, na casa da sua irmã, falou que eu podia morar em sua fazenda.
Senti um grande alívio, pois eu estava bem pra baixo e, na realidade, sem esperanças.  Marcamos um encontro pra hoje, pra acertar detalhes como a mudança...

Há poucas horas, ao chegar na casa de sua irmã, ela não conseguiu falar com ele aqui, em São Gonçalo.  Ele já havia ido para Belo Horizonte.

Novamente, numa conversa muito rápida, ele falou que eu poderia morar na fazenda.  Falou para que eu fosse no local pra conhecê-lo.

A casa em que vou morar é maior do que a anterior.
Da fazenda, até São Gonçalo , são 4 quilômetros, portanto, bem mais perto do que da fazenda da minha prima.

O local é mais bonito e há mais movimento...
Quem me mostrou o local foi o caseiro, que diz trabalhar das 3:00 até 21:00 hs., diariamente.
Ele é escuro, tem 41 anos, é bem prosa , é casado.  Ele que fará minha mudança, na próxima quarta-feira.

Apesar do alívio da sorte de encontrar um novo lar, não acredito que serei feliz lá, não creio que me adaptarei.  Contudo, farei tudo para não me desentender com os outros. Tenho que ter cautela para não decepcionar meu primo e a sua irmã.  Meu primo , segundo sua irmã, falou muito bem de mim.

O caseiro da fazenda, que trabalha pro meu primo, há 9 anos, disse que não tinha nada, até que se tornou seu subalterno.  Hoje, ele tem muitas coisas...

Empreendedores, dinâmicos, animados, religiosos, assim são alguns que vivem em São Gonçalo.  Sou o oposto disso.

Pelo que pude notar, minha solidão vai ser enterrada... ficarei com contato direto com o caseiro, sua mulher, seu cachorro... meu primo todo final de semana aparecerá lá e acho que mais pessoas  invadirão minha solidão
Me preocupa trabalhar em excesso; temo que o caseiro possar ser mandão e rude, o que não vou aceitar.

De antemão, ele me avisou que lá é bem mais perigoso do que na fazenda da minha prima, no tocante a assaltos.

Super apático, pode-se dizer sem interesse por quase nada, a não ser ouvir música, beber e comer, ficar sozinho, continuo a viver, a sobreviver num mundo, num planeta que nada tem a ver comigo.  De nada adianta mandar a tristeza embora... e a Dona Morte continua não querendo nada comigo.

Ah, o chato do marido da minha prima apareceu na fazenda ontem, por volta do meio dia.  Não nos falamos e espero que nunca mais conversemos um com o outro.

Não estou mentindo, não estou exagerando, assim mesmo , como tenho dito, é como me sinto.  Ninguém me entende.  Apesar do povo de São Gonçalo ser muito solidário e gentil, é um povo muito católico...
Na realidade, ninguém pode me salvar, sou um caso incurável.

Não há como ter isolamento total , neste planeta.  Não há como ter paz... bem, pelo menos não consegui tais coisas.   Sou um estranho, um estrangeiro, um alienígena,neste mundo.  Falo uma língua diferente de todos.
Só ela, a coisa mais certa do mundo, pode me libertar... só ela.  Venha, mas me leve rápido, sem dor, por favor... venha com suavidade... estou te esperando... és bem-vinda!  Te quero imensamente!  Tenha dó de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário