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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Mais Uma Armadilha Da Vida(Casal 0) 2

Esqueci de dizer que o casal 0 cogitou de eu continuar na fazenda, conversando só coisas a respeito de serviço com o marido da minha prima... aquele lance , que acontece muito nos locais de trabalho, onde dois desafetos, só conversam quando precisam, o serviço deles requer.
No entanto, continuei irredutível com a minha decisão.

Cheguei a ter esperanças de dormir numa das duas bibliotecas da cidade, com a permissão da prefeitura, mas a atendente e a faxineira falaram que a prefeitura não permitiria e nem pode me ajudar.

Ontem, conheci o cemitério da cidade, que é bem pequeno, mas repleto de sepulturas à lá antiga.
Uma mulher , bem mais jovem do que eu, me cumprimentou ... começou a limpar uma sepultura e chorou copiosamente, dizendo "mãe! Mãe!"... muito triste!

Depois fiquei sentado num banco de uma pracinha, durante meia hora.  O que me chamou a atenção foi uma menina, que rodeava a praça, com uma criança , do sexo feminino, e seu cão poodle. A menina, que acredito que talvez nem tenha 16 anos, é linda!  Bem do tipo que gosto: cabelos negros e compridos, bem, mas bem branca, pernas grossinhas e bonitas(rs)... Reparei até no seu vestido, um pouco curto, estampado(rs).  Não , não sou pedófilo(rs), porém não fico indiferente à beleza do sexo feminino, mesmo tão pra baixo como estou, devido a minha triste, constrangedora e desesperada situação.

Estou à beira de uma depressão. Mas, quem não ficaria pra baixo, vivendo uma situação assim, como a que vivo?
E, mais uma vez, pinta uma enorme possibilidade de eu fazer o corte final... mais uma grande oportunidade para realizar o ato mais digno da minha vida: tirar minha própria vida... me libertar?  Quem sabe?

Mesmo que eu encontre um canto para eu ficar, duvido que eu me sinta bem.  Infelizmente, as coisas só tendem a piorar.

Pode ser até que arrumem um emprego.  No entanto, tenho quase certeza que não me adaptaria.  Não tenho mais paciência, estrutura de lidar com as pecuinhas no local de trabalho... não tenho mais saco de lidar com as pessoas.

Minha situação é patética.  Estou super constrangido com tudo!  A que ponto cheguei...

Em 2014, pra não passar fome, vendi , por 10.000 reais, meus 1.238 discos.  Ano passado, também para não passar fome, vim morar na roça. Hoje, 2016, a fome , o relento, voltam a me assombrar... não tenho lugar para morar, não sei onde ficar...

Um desânimo, uma descrença muito forte e, por incrível que pareça, acompanhado de um ódio bem grande , que tenho do marido da minha prima.  Quanto à ela, a minha prima, não a odeio, mas desgostei de vez dela. Pra mim, ela morreu.

Durante tempos, eu ficava matutando o motivo do casal 0 ter me aceitado na fazenda.  Ora, eu não tinha experiência alguma no campo, tinha fama de preguiçoso, de temperamental, além da idade avançada... Eles me acolheram na fazenda por caridade?  Claro que não!  Ambos são capitalistas, empreendedores, dinâmicos, animados... sempre querem mais... mais dinheiro, mais objetos de consumo, mais propriedades, mais atividades.  Fiquei sabendo que , depois da morte do meu tio paterno, dono da fazenda, onde moro, o casal 0 já teve dois caseiros... não deu certo. Todo mundo fala , abismado com o fato de eu morar, ficar sozinho , numa fazenda, bem distante da cidade, afastado do convívio humano.  E dizem que há risco de assaltos... Quem quer viver num lugar assim? Portanto, este foi o motivo do casal 0 ter me recrutado.
É por isso que eles aparentam não quererem que eu parta.

Entre plantas, vasos, árvores, há 107, na fazenda, sem contar com os cinco canteiros de horta. Eu que rego as plantas, diariamente.  Com a minha partida, as plantas morrerão.  Eu que coloco água para as vacas, nos respectivos tanques.  Com a minha partida, as vacas ficarão com sede.  Com a minha partida, a fazenda ficará à mercê de ladrões, de furtos...

Mais uma vez, só um "milagre" pode me salvar. Quando vai terminar minha pena, quando?
E é bem triste, pra lá de constrangedor, ser digno de pena... melhor parar por aqui...

Ah, como hoje é feriado em Belo Horizonte, o casal 0 ainda se encontra na fazenda.
O marido da minha prima tem o costume, quando vai embora da fazenda, de passar na casa deles, na cidade interiorana, onde estou no momento, para lavar seu carro. Então, é possível que eu me encontre com eles, hoje.  Tenho que controlar muito a minha ira, pois não suporto nem olhar para a cara do marido da minha prima.  Tenho ímpetos de xingá-lo muito, de agredi-lo, de...
Ô mente atormentada!  Até quando?

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