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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Questão de Tempo?(2)

O primo falou que costuma dar festas , às vezes, na casa da fazenda.  A última festa foi em junho, festa junina.
Ao lhe falar que adoro feijoada, ele falou que costuma fazer feijoadas, na casa da fazenda.
Isso é mal...  Estou correndo mesmo de eventos sociais, estou fugindo de gente.

O caseiro fará dois enormes milharais , em frente, colado com a casa onde moro.  Nesta última semana, ele passou trator nos locais.

Temo que tenha que trabalhar junto dele.  Em certos dias, só o vejo, de longe.  Quase não temos tido contato.  Fico dias sem ver sua esposa e a sua filhinha.
Não quero ser mais íntimo de ninguém!

O pessoal da fazenda, as irmãs do meu primo e creio que ele próprio, devem achar , devido meu isolacionismo e por ser um sujeito bem paradão, que sou louco e/ou preguiçoso... bobo também, não?
O marido da minha prima, a ex-patroa, que adora falar mal dos outros, deve estar falando bem mal de mim. O casal 0 deve falar que eu não queria nada com a dureza, só sombra e água fresca...

Já estou até com saudades da outra fazenda. Mas, saudades da minha solidão, dos meus afazeres de lá, não sinto falta alguma do casal 0.
Pensem bem, quando pedi para sair da fazenda, eu sabia que poderia ficar sem lar, passar fome, não fazendo fé que alguém me ajudasse.  Ainda assim, corri atrás e fui muito feliz em encontrar um canto.
Eu preferi dormir ao relento e ficar sem ter o que comer, preferi perder minha aposentadoria, aos 65 anos, do que conviver com o casal 0.  Pode ter sido uma atitude tresloucada, até suicida, mas fiz e não me arrependo.

Gosto muito da gentileza do povo do interior, mas não gosto de intimidades, não gosto de blá, blá, blá.
Ando cada vez mais sem assunto, chegando até a ter preguiça de conversar.  Contudo, escrevo muito, neste meu blog diário.

Não é papo furado, mas quanto mais o tempo passa, minha apatia e descrença aumentam, mais aumenta a vontade de morrer, mesmo com o auto-extermínio.  E, como de costume, falta coragem...

Não sei como ainda consigo ter apetite, ereção e ouvir meus rocks.
Comendo, bebendo, masturbando vez ou outra, escutando música e acessando minha saudosa internet diária, sozinho, é a minha receita para eu ficar contente.  Devo ser louco mesmo, não?
Ah,meu velho computador, pifou de vez!

O que tenho em comum com as vacas, é que, assim como elas, tenho medo de gente.
Não duvido se eu pirar de vez, sendo internado, ao ser visitado, seja por qualquer pessoa, eu diria:  "se afaste, vc é gente, me fará mal, tenho medo!"
Devo estar maluco, não?

Os parentes que mais puxei são minha avó paterna e seu filho número 3(meu tio).  Ela, que era bem mais bicho do mato do que eu, morreu de causas naturais, octogenária.  Ele se matou aos 59 anos.  Ambos detestavam viver, principalmente a minha avó, que era uma pessoa que não ria.  Meu tio, falando com um freguês, em 1975: "tenho 43 anos e não estou achando mais graça alguma na vida.  Ainda sobreviveu por 16 anos, se enforcando em 1991.
É a vida, é a morte, a coisa mais certa da vida, que está demorando muito a me pegar.

Daria o que falar se eu me matasse, aqui , na cidade interiorana. Onde eu seria enterrado?  Aqui ou no Cemitério da Paz, em BH, onde tenho sepultura e minha mãe está enterrada?

Acho possível de chegar a um ponto que meu primo, exigirá que eu produza algo, afirmando que a fazenda não é uma casa de repouso.  Ele pode até sugerir, caso eu continue pra baixo, desanimado, que eu faça um tratamento psiquiátrico.

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