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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Angústia

Reconheço que tenho sorte em muitos pontos na vida.
Reconheço que tive muita sorte em ser acolhido pelo meu primo, 13 dias depois de ter pedido demissão na outra fazenda.
Reconheço que a maioria do povo da cidade interiorana, me trata muito bem, assim como o pessoal da fazenda do primo e seus familiares.
Ainda assim, não estou satisfeito.  A angústia não desaparece.

Não consigo me conformar com as vicissitudes da vida; não me conformo com os infindáveis altos e baixos.

É sério, viver não me agrada.

Ter o que comer, ter onde morar, é bom, muito bom... mas, até quando?  É incomodo depender dos outros, e o primo está fazendo papel de meu pai...

O pouco que eu tinha, perdi: meus vinis, a internet diária e fui chutado pela minha (ex) amada, há três anos.
Ah, dependendo dos outros, perdi minha autonomia, minha independência.

A sociedade me vê como um preguiçoso, vagabundo, folgado...
Quem gosta de um João Ninguém?

Minha saída da fazenda da prima e de seu nefando marido, foi traumática.
O casal , que , a principio, me parecia legal, se revelou, entre tantas outras coisas, falso.
A falsidade permeia entre os seres humanos.  Como saber quem é, realmente, amigo?
Quem leva a gente a sério?

Sou muito bem tratado na biblioteca, onde acesso a internet. Contudo, é triste o fato das duas atendentes não se darem bem, uma com a outra. Elas não conversam uma com a outra, nem se cumprimentam.  A faxineira, que também me trata com consideração, não gosta de uma das atendentes...

Ao mesmo tempo em que me sinto bem em acessar a internet, na biblioteca, me bate grande angústia.
Na biblioteca, não é a mesma coisa do que acessar a rede, em nossa casa.
A restrições, como o bloqueio do You Tube, em sites de mulheres nuas, em redes sociais, etc...
E curtir internet é bom mesmo, quando estamos sós.  Há movimento de pessoas, na biblioteca, claro... há um horário há ser cumprido... há outras pessoas querendo usar o mesmo computador...
Igualmente me lembro dela, a amada que se foi... muitos blogs , já não existem mais; blogs que frequentei, que gostei... ninguém mais comenta no meu blog.

Que saudades!  Eu ficava de 4 a 6 horas, diante do PC, diariamente.  Vez ou outra, quando eu perdia o sono de madrugada, ligava o computador... era bom demais!

Meu isolamento é total, porém total no meu pensamento, na visão que tenho da vida e, em consequência, das pessoas.  No entanto, no meu dia a dia, não há como me isolar totalmente, apenas por algumas horas, no máximo um dia.
O isolamento total apenas seria possível com a morte, com o Nada?
Alguns respondem a tal questão, sem me convencer.
Não existe verdade absoluta, neste mundo tão angustiante.

A angústia de ter perdido não supera a alegria de ter um dia possuído.
Santo AgostinhoÉ, sou mesmo um caso perdido; não concordo com Santo Agostinho. Nada tenho de santo, que parece desconhecer que tudo na vida é fugaz.

2 comentários:

  1. Olá, como vai você? Que texto bonito! Angustiante, meio desbotado, cinza, mas bonito, na minha opinião. Li alguns textos seus, gostei do seu estilo. Não sou crítico literário ou algo do gênero, sou alguém que se identificou com o que escreve. Acho que você escreve de forma humana. Ao não tentar agradar ninguém, me agradou. Continue contando as suas experiências sobre o mundo. Fique bem!

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    Respostas
    1. Seja bem-vindo, Rafael.

      Muito lhe agradeço por suas gentis palavras.
      Apareça sempre!
      Abraços!

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