Total de visualizações de página

sexta-feira, 24 de março de 2017

Desajustado - Fantasia de rock and roll

Ray Davies foi cantor, compositor, guitarrista rítmico e líder, dono absoluto da banda inglesa Kinks.

Debochado, sarcástico, Ray Davies não poupava ninguém, tirava sarro desde com os conservadores homens ingleses, assim como os jovens seguidores da moda.
Creio que neste ponto, ele fazia lembrar o saudoso Raul Seixas.

Os três vinis que tive do Kinks, infelizmente, foram vendidos, no fátidico 30.05.2014, para um dono de loja de discos, graças à minha falência. Creio que nunca mais voltarei a escutá-los.

Um deles, que comprei há quase uns quarenta anos, se chama "Misfits"(Desajustados).
Na faixa título, pelo que entendi, Davies, justamente o irreverente e não convencional Davies, acaba por fazer uma crítica aos desajustados.

Diz que o desajustado fugiu da multidão, que ele jogou sua sorte fora, que para o mesmo o verão se foi...  Lembra que dizem que até um cachorro tem seu dia... o verão pode voltar, e o incentiva a juntar-se à multidão.

Meu dia nunca chegou e creio que nunca chegará.  Minha mãe também dizia que joguei minha sorte fora.  Que sorte?  Todo dia é dia de cachorro, e o verão costuma ser até mais desagradável que o inverno. Juntar-se à multidão?!  Tá sem perigo!
Schopenhauer, mais uma vez, é que tem razão: quanto mais nobre o homem, menos prazer sente no convívio social.

Contudo, não dá para embutir que sempre fui um nó-cego. A quantidade de erros e foras que cometi na vida, é impressionante.

Minha vida seria cômica, se não fosse trágica.  E, certamente, os que conhecerem detalhes da minha saga no planeta Terra e que  fossem donos de um senso de humor mais debochado e cínico, dariam gargalhadas com as minhas trapalhadas(rimou, hein?).

A solidão é uma companheira agradável, mas, infelizmente, não é apenas ela que me acompanha.  Foram presentes em minha vida, as mancadas, a burrice, a falta de iniciativa, a lerdeza, o desânimo, o ódio, o nervosismo, a falta de habilidade... o não saber controlar as situações a meu favor.  Até mesmo me passar por errado, por ruim, sem ser, já que há quem pensa que sou tudo de ruim; contudo, mesmo com todas as limitações, não sou de todo mau.
E, em termos de caráter e autenticidade, ganho de muita gente, incluindo as inúmeras pessoas que conheci no mundo virtual , que se afastaram de mim e/ou se tornaram meus desafetos.

No mesmo disco, há uma canção chamada "Fantasia de Rock and Roll".
Depois de falar de um fã, cujo maior prazer é o rock, que "foge" da multidão, ouvindo seus rock and rolls, encerra a música , falando que não quer passar sua vida vivendo uma fantasia de rock and roll.

O rock, a música, é bem mais que uma fuga.
Talvez até o rock seja uma coisa ruim, já que se não fosse por ele, provavelmente, eu já estaria morto, e morrer, não viver neste mundo, é uma boa pedida.
Outra vez, Schopenhauer acertou: A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.
ica exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende.

Nenhum comentário:

Postar um comentário