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terça-feira, 30 de maio de 2017

61 anos... parabéns ou pêsames?

E um dos maiores vagabundo, pé rapado, revoltado do mundo, completou 61 anos, exatamente às 18:25.
Quem é o tal vagabundo?  Eu.

Felizmente, o dia de ontem foi tranquilo.  Uma amiga virtual, a qual não mais interagia comigo, há , aproximadamente, um ano, me mandou um e-mail, lembrando do meu aniversário.
Espero que ela , agora, acredite em mim, já que a mesma afirmava, com certeza, que eu não estava morando na roça... que fantasio muito.

No último final de semana, outra coisa boa: o primo me cedeu uma cama de solteiro.  Há nove meses que eu dormia num colchão bem precário, super fino, pequeno, exposto à friagem.
Ao perguntar ao primo se ele estava me emprestando o colchão, ele respondeu que o usarei até morrer, já que não deixarei a fazenda; só se a propriedade for vendida. E caso tal fato acontecer, ele me leva junto.
Isso comprova o que o caseiro disse, ao revelar que o primo gosta de mim, que me tem como uma ótima pessoa.

Apesar disso, há motivo para se comemorar?
Evidente que não.

Já falei com o caseiro e ontem foi a vez de dizer o mesmo para a super agradável funcionária da biblioteca: a melhor coisa que poderia ocorrer comigo seria a morte.

É bom ficar o resto da minha vida chegando perto do primo, de duas em duas ou três semanas, dizendo, está precisando de comprar mantimentos?
Aí ele me dá o dinheiro(geralmente 100 reais).
Fazendo uma economia brava, procurando comprar coisas bem mais baratas, privados de outras, de tantas outras.  Nunca mais vou adquirir, comprar, nada, a não ser mantimentos?

Ficarei, ainda anos, seguindo a mesma rotina na fazenda, um dia a dia chato, sem internet, com a saudade dos meus vinis, que vendi há três anos, amargurado com o adeus que a minha última amada me deu e acompanhado de lembranças tristes, perdas e fracassos, que, a contra-gosto, colecionei durante a minha vida?  Rastelando folhas e aguando plantas sem parar, com a interminável expansão da fazenda?

Pior é que tudo poderia ser pior ainda, já que o fantasma da falta de moradia e da fome continuam presentes.

E junho está chegando, junto com a famigerada Festa Junina, que terá até a presença de violeiros, na fazenda.

Pretendo ainda abrir o jogo com o  caridoso, mas chato e inconveniente primo...
Como vivo na fazenda de favor, não tenho o direito de reclamar.  Valendo lembrar que estou na roça , que Festa Junina é uma festa caipira, é uma tradição rural, de um povo muito animado, festeiro.  No entanto, não sou obrigado a participar e nem de gostar de ser incomodado com mais uma das falsas alegrias terrestres:  Festa Junina.

Tolerar a chatice e inconveniência do meu primo, é difícil!  E ainda tem o autoritarismo, a arrogância de sua esposa, tão mal vista por grande parte da população da cidade interiorana.

No dia da festa, posso até ajudar em alguma coisa, caso precisem de mim, mas me recuso, veementemente, de cair na folia.  Tenho intenção de pedir a alguém na cidade interiorana que me ceda algum calmante, já que duvido que eu durma com a barulhada da festa, bem perto da residência onde moro.  Se eu não conseguir, vou encher a cara de bebida, até desmaiar.
Caso meu primo, com sua chatice peculiar, me chame, direi que estou passando mal(mesmo se eu estiver são), de cama...

O velho aqui continua bem ranzinza.

Sem parabéns, mas com pêsames, infelizmente.


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