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terça-feira, 30 de maio de 2017

Canto de natal da colheita

Há pouco tempo, escutei um cd, que comprei no final de 2006, pouco antes de eu passar a baixar e gravar músicas pela internet.  O nome do conjunto, que é alemão, é Carol of Harvest, cuja tradução ao pé da letra, é Canto de Natal da Colheita.

O álbum foi gravado em 1978.  Ótima música, com vocal feminino... uma espécie de Renaissance sem piano, mas com guitarra e sintetizador.  A vocalista tem uma voz grave, mas muito bonita.

O disco é um ode ao campo.
Eis uma frase contida na capa do álbum:
"Uma canção das boas gramas verdes; uma canção sem as ruas das cidades; uma canção das
fazendas; uma canção dos solos dos campos."

Nestes quase dois anos em que moro no campo, afirmo que , a meu ver, é melhor morar na roça do que na cidade grande.  No entanto, como nada na vida é perfeito e a natureza é selvagem, zonas rurais estão longe de serem o paraíso.

Não esqueço, há muitos anos, ao ver uma matéria na TV, uma mulher, loura, de cabelos longos, sardas e, se não me falha a memória, alemã, falava, com encômios, sobre a vida do campo, mas com uma ressalva: os incômodos insetos.
Até que nestas duas fazendas em que residi, os insetos não perturbaram tanto assim... incomodaram um pouco...

O pior de tudo é o ser humano.  Os fazendeiros têm a vontade exacerbada, sempre querem mais; não conseguem ficar parados.  Os que sofrem mais são os empregados dos proprietários rurais.  Muito, mas muito trabalho, e baixíssima remuneração, numa labuta que beira à escravidão.  Vero que os insetos não me incomodam tanto, pelo fato de eu não me expor muito na mata.  Atualmente, por exemplo, não tenho contato com o gado bovino, que tanto trabalha dá de ser cuidado.

Intrigas, desavenças, descontentamentos permeiam.

E nem sempre o campo é silencioso, pois o ser humano faz muito barulho, principalmente, claro, quando há muitas fazendas, casas e sítios , perto um dos outros, como na atual fazenda onde moro.  Vero que não é um barulho insuportável e a vizinhança é bem maior há  uns trezentos, quatrocentos metros de onde moro.  Na outra fazenda em que residi, lá sim, o silêncio era regozijador , pelo fato do isolamento da mesma, há dez quilômetros da cidade interiorana.

A conclusão que chego é que o campo é apenas menos ruim do que as cidades.
"Um homem dorme e sonha com campos verdes e rios, mas desperta para uma manhã, sem nenhuma razão  para despertar"(David Gilmour).

Mais uma mera ilusão da vida...




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