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segunda-feira, 19 de junho de 2017

Um doente convivendo com gente sadia

Um dia antes da festa junina, avisei ao primo que eu não iria participar da festa; que eu iria ficar "preso" em casa o dia inteiro.
Aparentemente, ele compreendeu.

E ainda disse a ele que não gostei quando o mesmo falou que levanto mais cedo pra ficar mais tempo à toa.  Ele disse que foi brincadeira, que irá parar de brincar.

Falei que depois de eu ter perdido o pouco que tinha, como a internet, o computador, a venda dos meus discos, não há como eu voltar a ter alegria na vida.  E disse: já pensou se vc perdesse todas as posses que tens?  Ele, mais uma vez, aparentemente, concordou.

Gostei da reação dele, o que me deixou, claro, mais tranquilo.

Quanto a festa, foi um verdadeiro terror.  E eu havia me esquecido dos foguetes.
Para cada foguete soltado, eu me sentia como se estivesse levando um soco na testa e uma facada no peito, direto no coração.

Eu havia falado com o primo que tomaria calmante, dado por um morador da cidade interiorana.  Mentira... falei isso para que se o mesmo , ou outra pessoa me chamasse, eu não atenderia, pois estaria dormindo...  Na verdade, minha intenção era, caso não suportasse o barulho, encher a cara de pinga e apagar...

Um pouquinho antes da orgia, perdão, da festa começar, eu lanchei, como sempre faço diariamente:  pingas acompanhadas de tira-gosto.  E de nada adiantou eu tomar um suco com um maracujá gigante.  Não tive sono e fiquei muito irado com a bagunça.

Pouco tempo depois do começo da festa, três irmãos do primo(duas mulheres e um  homem), me chamaram ... aleguei que havia tomado calmante, que não gosto de festa junina, que eu estava grogue ... me desculpei...

O barulho, junto com minha ira só aumentava.
Resolvi tomar quatro doses de pinga, num copinho pequeno.  Nada de me acalmar, nada de dormir... Então, tomei um copo grande de água com açúcar.  Pouco depois, consegui dormir, mas junto com o final da festa.

Ontem, meu primo, acompanhado com um de seus ajudantes, o J.B., me procurou, querendo saber como eu estava.  Reiterei que não gosto de barulho... falei sobre os terríveis foguetes.
E o J.B, cuja idade regula com a minha, afirmou que adora soltar foguetes.
E ainda falei que se existir céu e inferno, no primeiro há quietude, silêncio; no segundo é repleto de barulho, com coisas como carnaval, futebol, festa junina, pagode...

Pelo que constatei, parece que sou a única pessoa aqui, da cidade interiorana, que não gosta de festa junina.

Na festa junina, é queimado o Judas.  Certamente, meu filme também deve estar queimado, já que cometi a heresia de não participar do evento, nem ajudando nos preparativos.  Acredito que a mulher do primo não deve ter gostado nem um pouco da minha atitude.

Paradoxos, eu, um sujeito doente, convivendo com gente sadia.
"A soma de barulho que uma pessoa pode suportar está na razão inversa de sua capacidade mental."

Talvez eu me afaste por, aproximadamente, um mês.
Por alguns motivos, tenho pensado em ficar uns tempos sem vir na biblioteca.
Outro fato é que meus posts estão muito repetitivos.
Se aparecer alguma novidade, posso voltar a postar, até mesmo nesta semana... depende...

Quero mudar um pouco a rotina, até mesmo nos dias em que saio de casa, pra comprar mantimentos na cidade interiorana.

Então, caso alguém fizer algum comentário, no blog, e eu demorar a responder, é pelo motivo que acabei de citar.
Voltando a usar a internet, responderei a todos os comentários, a não ser que tenha ocorrido algum imprevisto.
E o único imprevisto que seria bem vindo, é a morte, a minha tão sonhada morte.

Afinal, sou Roderick.

E Madeleine está morta.

Sou Verden.


E Ligeia, igualmente, está morta.


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