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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Parca, me ajude!

A mulher do caseiro tem conversado comigo, naturalmente, como se nada tivesse acontecido.

De uns dias pra cá, ela e o caseiro têm colhido cana, para moer e servir ao gado.
Nossas conversas são breves e o assunto é quase o mesmo.

Quanto ao caseiro, quando penso que ele esquecerá da minha existência, o mentecapto volta a me cumprimentar.  Continuo a lhe retribuir o cumprimento secamente, mas ou ele não entende o meu desprezo ou finge não entender.
Acho bem provável também que ele não me leva a sério, devendo pensar o que pensa, junto com a sua esposa, o mesmo que pensa do J.B., que sou um velho gagá,digno de dó.
Contudo, meu ódio só aumenta...

Penso em relatar o que sinto para o primo, pedindo que dê um recado pro caseiro não mais me cumprimentar, enfim, fazer de conta que não existo.

Eu poderia abrir o jogo com o próprio caseiro, contudo, não há como dialogar com uma pessoa tão nefanda assim.  Se ele pedir desculpas, não vou aceitar, se for agressivo comigo, vou revidar...
Tenho que ser prudente e evitar confusão, que pode envolver muitas pessoas,  não só eu e o caseiro.

Tal fato, faz com que minha permanência na fazenda se torne bem inviável.
Quando eu comentar com o primo, se ele já não se arrepende de ter me acolhido, certamente, que com a minha atitude, se arrependerá de ter aberto as portas pra mim.
Não aceito viver na fazenda conversando ou sendo cumprimentado pelo caseiro...

E no mês de setembro o vento tem soprado com bem mais intensidade que no mês de agosto, o que me irrita bastante, já que tenho como função rastelar folhas.
Nunca em toda minha vida trabalhei numa função tão chata, boba e inútil!

Pra piorar, devido a seca, já está começando a faltar água.  Ainda tem tido água para tomar banho, lavar roupas e vasilhas, porém, o poço artesiano pode secar.  Tem entrado ar na bomba... só o caseiro sabe sanar o problema...

Daqui a dois dias completa um ano e um mês em que resido na fazenda do primo.
Na fazenda da outra prima, fiquei pelo mesmo um ano e um mês.
O filme se repete, como já falei.  Brincadeira do destino?  Mais uma coincidência?
Bem, a verdade é que tento me adaptar em determinados lugares, tolerando certas coisas até um certo ponto, acabando por ficar indignado, entediado com o ambiente, num , vamos dizer, curto espaço... de um ano, aproximadamente.  A rotina me mata!
Outro fato desagradável é que desde o primeiro dia, não gostei da fazenda do primo, ao contrário da fazenda anterior, local em que eu gostava muito, mas, como sempre, havia gente pra atrapalhar, no caso, a prima e seu marido.

E é bem provável que quando a mulher do caseiro souber do ódio que eu sinto pelo seu marido e que contei tudo para o primo, ficará do seu lado, me desprezando...

Parca, somente você pode me libertar da fome, da falta de moradia... só você pode me dar paz de espírito, liberdade e paz! E mesmo que não dê, estou disposto a correr o risco; este mundo, a Terra, não é habitat pra mim!





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