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terça-feira, 20 de março de 2018

Estrada para lugar nenhum

Suspeito que ao contar que não estou satisfeito na fazenda, pelo fato de morar numa casa sem forro, para sua esposa, suas irmãs , outros parentes e amigos, a reação dos que acabei de citar, seria de indignação, já que vivo no barraco de favor, por um ato de caridade do primo.

Certamente, que todos, incluindo o primo, claro, pensam que estou ruim da cabeça, com problemas psicológicos.  Que falam que sou um deprimido, isto sei que o primo e sua mulher falam.

Minha cabeça parece que vai explodir, principalmente quando sou vítima de barulho em meu lar, ou melhor, na casa onde moro.  Às vezes, me dá vontade de sair correndo, gritando, berrando mesmo, que odeio, que a vida é uma m. e etc e etc...

Não faltará quem dirá que sou muito melindroso, que é um absurdo, ridículo, ficar tão irritado devido aos cantos/piados de "singelos" passarinhos.  Mas, os bichinhos foram a gota d'água.

Nada tenho contra os animais, até gosto deles, com exceção de alguns insetos, mormente o nefando pernilongo.
A fazenda é repleta de calangos, por exemplo.  Até gosto do animal; contudo, gosto dele fora da casa onde moro. E o barraco tem a presença constante de calangos, a andar perto do telhado, por todos os cantos do local, que é todo aberto, para a alegria de morcegos, besouros e diversas espécies de inseto.  Quando um calango cai no chão da casa, mato-o.

Gosto de gatos, de cachorros mais ainda. Todavia, não os quero dentro de casa. Não quero animais de estimação.  Foi muito desagradável, quando eu estava, no máximo, por uns dois meses vivendo na fazenda da outra prima, e ela fez a proeza de colocar uma cachorrinha pra eu tomar conta.  Ainda bem que ela fugiu.

E a culpa de eu não gostar de ter animais de estimação, não é só minha, é dela, também, principalmente dela, a solidão, que é muito ciumenta e não gosta de me ver cercado de gente e de animais.rs

Sou destes que pensa que a vida é uma estrada para lugar nenhum, sendo que tenho tido enorme ímpetos de desaparecer, seguindo uma estrada; andando sem parar... Pegar a estrada e não avisar a ninguém meu destino.  Não me alimentar no caminho, torcendo para morrer no trajeto.  Mas, muitos poréns existem , ao seguir tal estrada; um deles: minha falta de coragem.

Já falei isto, mais de uma vez, e vou falar de novo: gostaria de tirar umas férias das pessoas; ficar mais de um mês, mais de um ano; pra sempre? É, ficar sem ter contato humano e animal, contudo, com saúde, disposição, alegria... vivendo só pra mim.
É uma quimera, não?  Uma utopia, certo?
Devo mesmo estar louco.

Mais uma vez, tive coragem de pedir demissão, revivendo o fantasma da fome e da falta de moradia.  Fica o suspense de como será minha vida na fazenda, à partir de agora. Difícil é pedir demissão da vida.
É deixar o barco correr, na torcida por não ter um surto, por não ser vítima de coisas como um AVC; torcendo mais ainda para que o silêncio e a paz imperem na minha vida(olha a utopia, de novo).

É, parece que o jeito é continuar esperando pela coisa mais linda do mundo.
O que? Não está entendendo?  Não, não é pela LL(Linda Linda), esta me abandonou de vez... estou me referindo a outra mulher: a Dona Morte!

2 comentários:

  1. Boa noite amigo.
    Enquanto eu quero um pouco de barulho humano, você que silencio. Enquanto quero viver anos, queres morrer. Assim é a vida, nós contrariado rsrs. Mas de uma coisa estou certa, é uma oportunidade que a vida nós da para seguimos o caminho e vendo onde vai nós levar. Boa sorte e lembre-se se esta ruim, ainda pode piorar mas, se esta ruim, pode melhorar. Um grande abraço, não desista, só os fortes não deixo as batalhas.

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    Respostas
    1. Oi, Mirtes.
      Também te desejo tudo de bom.
      Muito obrigado pela força.
      Abraço retribuído.

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